Era de todo
previsível que a seally season não
terminasse sem algum estrondo, tanto mais que se avizinham eleições e que entre
os actores podemos sempre contar com o inefável Paulo Portas.
Julgando que
todos esquecemos já a sua qualidade de irrevogável e fazendo jus à popular
alcunha de Paulinho das Feiras, eis que do longínquo Maputo o número dois do
Governo procurou não se deixar passar por esquecido e juntando tudo fez-se
comparar a um certo Oliveira da Figueira (personagem criado por Hergé, o
autor de Tintin, como um vendedor nato e “fala barato” que surge em três dos
seus álbuns: “Os Charutos do Faraó”, “Tintin no País do Ouro Negro” e “Carvão
no Porão”e merece referência num quarto: "As Jóias de Castafiore"), figura à qual o seu criador atribuiu a
muito duvidosa capacidade de vender o que quer que fosse não importando a quem.
No afã de se
fazer notado, Paulo Portas talvez tenha esquecido que antes dele já José
Sócrates recorrera à comparação com a mesma figura e que desta forma além
doutras duvidosas qualidades está ainda a juntar a de vendilhão do templo…
facto que para um confesso católico abona tão pouco quanto a de troca-tintas,
qualidade que publicamente evidenciou quando trocou a irrevogabilidade da sua
demissão por uma promoção a vice-primeiro-ministro.
Felizmente o
criador de Tintin (e do genuíno Oliveira
da Figueira), ao contrário doutros autores de banda desenhada, determinou que
ninguém continuasse o seu trabalho, senão corríamos o sério risco de vermos a
imagem de Portas num novo personagem da BD.
E a procissão
(leia-se campanha de caça ao voto) ainda vai no adro…
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