terça-feira, 1 de setembro de 2015

OLIVEIRA DA FIGUEIRA

Era de todo previsível que a seally season não terminasse sem algum estrondo, tanto mais que se avizinham eleições e que entre os actores podemos sempre contar com o inefável Paulo Portas.


Julgando que todos esquecemos já a sua qualidade de irrevogável e fazendo jus à popular alcunha de Paulinho das Feiras, eis que do longínquo Maputo o número dois do Governo procurou não se deixar passar por esquecido e juntando tudo fez-se comparar a um certo Oliveira da Figueira (personagem criado por Hergé, o autor de Tintin, como um vendedor nato e “fala barato” que surge em três dos seus álbuns: “Os Charutos do Faraó”, “Tintin no País do Ouro Negro” e “Carvão no Porão”e merece referência num quarto: "As Jóias de Castafiore"), figura à qual o seu criador atribuiu a muito duvidosa capacidade de vender o que quer que fosse não importando a quem.

No afã de se fazer notado, Paulo Portas talvez tenha esquecido que antes dele já José Sócrates recorrera à comparação com a mesma figura e que desta forma além doutras duvidosas qualidades está ainda a juntar a de vendilhão do templo… facto que para um confesso católico abona tão pouco quanto a de troca-tintas, qualidade que publicamente evidenciou quando trocou a irrevogabilidade da sua demissão por uma promoção a vice-primeiro-ministro.

Felizmente o criador de Tintin (e do genuíno  Oliveira da Figueira), ao contrário doutros autores de banda desenhada, determinou que ninguém continuasse o seu trabalho, senão corríamos o sério risco de vermos a imagem de Portas num novo personagem da BD.

E a procissão (leia-se campanha de caça ao voto) ainda vai no adro…

Sem comentários: