A agudização
dos slogans e a profusão de promessas
que pautam os discursos e as intervenções dos principais candidatos às próximas
eleições legislativas, assinalam a aproximação do fim do período de campanha
eleitoral. Agora, como em tantas das ocasiões anteriores, ficarão por responder
as principais questões que deveriam inquietar os eleitores, especialmente
quando aqueles candidatos monopolizam o espaço da comunicação social com
banalidades e outros chavões de idêntico calibre.
Envolvidos num
conveniente jogo de passa-culpa, PS e PSD e preocupados com os resultados das
sondagens, tentam desesperadamente disfarçar as semelhanças para que estas
pareçam diferenças…
e tinha sido
tão fácil distinguir os campos e esclarecer os eleitores!
Em lugar das
estafadas sondagens e outros rebuscados meios de influenciar os indecisos,
sabendo que a questão candente se centra em torno da avaliação da solução da
austeridade-expansionista, bastava ter exigido aos apoiantes do governo o
comentário sobre o seguinte conjunto de questões:
Se a opção
pela austeridade-expansionista foi o sucesso que afirmam estar a ser, porque é
que o peso da dívida pública em percentagem do PIB não parou de crescer?
E porque é que
o peso da dívida externa (pública e privada) subiu dos 119% que registava em
2011 (ano da tomada de posse do actual governo) para os 132% que agora regista?
Então os
enormes sacrifícios (na consagrada expressão do ex-ministro das finanças, Vítor
Gaspar) não eram indispensáveis para o reequilíbrio das contas e da dívida? Se
não reduziram a dívida, para que serviram?
Ao invés
destes esclarecimentos, o que a generalidade dos eleitores recebeu foram as
tais sondagens (agora até já numa base de evolução diária, como se duma
telenovela barata se tratasse) com as quais os procuram embalar e esconder até
o que os “bons resultados” derivarão em parte da manipulação dos dados, como se
comprova pela recente notícia de que a «Ministra
das Finanças travou perdas da Parvalorem para evitar impacto no défice de 2012».
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