terça-feira, 29 de setembro de 2015

EMBALADOS (parte I)

A agudização dos slogans e a profusão de promessas que pautam os discursos e as intervenções dos principais candidatos às próximas eleições legislativas, assinalam a aproximação do fim do período de campanha eleitoral. Agora, como em tantas das ocasiões anteriores, ficarão por responder as principais questões que deveriam inquietar os eleitores, especialmente quando aqueles candidatos monopolizam o espaço da comunicação social com banalidades e outros chavões de idêntico calibre.

Envolvidos num conveniente jogo de passa-culpa, PS e PSD e preocupados com os resultados das sondagens, tentam desesperadamente disfarçar as semelhanças para que estas pareçam diferenças…


e tinha sido tão fácil distinguir os campos e esclarecer os eleitores!

Em lugar das estafadas sondagens e outros rebuscados meios de influenciar os indecisos, sabendo que a questão candente se centra em torno da avaliação da solução da austeridade-expansionista, bastava ter exigido aos apoiantes do governo o comentário sobre o seguinte conjunto de questões:
Se a opção pela austeridade-expansionista foi o sucesso que afirmam estar a ser, porque é que o peso da dívida pública em percentagem do PIB não parou de crescer?

E porque é que o peso da dívida externa (pública e privada) subiu dos 119% que registava em 2011 (ano da tomada de posse do actual governo) para os 132% que agora regista?

Então os enormes sacrifícios (na consagrada expressão do ex-ministro das finanças, Vítor Gaspar) não eram indispensáveis para o reequilíbrio das contas e da dívida? Se não reduziram a dívida, para que serviram?

Ao invés destes esclarecimentos, o que a generalidade dos eleitores recebeu foram as tais sondagens (agora até já numa base de evolução diária, como se duma telenovela barata se tratasse) com as quais os procuram embalar e esconder até o que os “bons resultados” derivarão em parte da manipulação dos dados, como se comprova pela recente notícia de que a «Ministra das Finanças travou perdas da Parvalorem para evitar impacto no défice de 2012».

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