O
inqualificável atentado contra o corpo redactorial do semanário satírico CHARLIE HEBDO tem merecido um forte repúdio da comunidade em geral. Não será pois
motivo de espanto saber que «Mais
de um milhão marcham contra o terrorismo em Paris», ou que «Líderes
mundiais comandam marcha contra terrorismo em Paris».
Além das
imagens dos milhões de europeus que se manifestaram nas ruas de várias das suas
cidades, têm-se sucedido as homenagens dos colegas de ofício através das mais
variadas imagens, como estas lágrimas tricolores a que o holandês Hajo de Reijger
designou por “Tinta, Lágrimas e Sangue”…
estas “Plumas
caídas” do cubano Angel Boligan…
ou esta
excelente alegoria do austríaco Petar Pismestrovic, que representa em
simultâneo uma lúcida antevisão de como se desenvolverá a comunidade de
criativos.
A importância
de divulgar a reacção duma comunidade, seja ela considerada numa perspectiva
ampla ou mais localizada, levou a que a realização duma «Manifestação
"sem precedentes" em Paris junta milhares na Europa»; lamentável
é que esta tenha terminado sob a vergonha de sabermos que,
num claro desrespeito pelos princípios que dizem defender e pelos milhões que
deveriam ter liderado, afinal os «Líderes
estrangeiros desfilaram 20 minutos em Paris», limitando-se a percorrer uma
centena de metros e a posar para as fotografias da praxe que a imprensa utilizará
na promoção das suas carreiras.
Tudo
indica que outras loucuras se seguirão ao ataque ao CHARLIE HEBDO, mas depois
disto alguém ficará verdadeiramente espantado?
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