segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O PODER GREGO

Contra as ameaças e chantagens da UE e de países como a Alemanha, os herdeiros de Péricles foram às urnas e votaram precisamente como os defensores do ordoliberalismo não queriam.

No lugar do medo colocaram o que entenderam ser o principal interesse nacional e votaram por larga maioria no partido que há muito tempo defende a indispensabilidade da renegociação da dívida pública.


Recusando a submissão à ideia da ausência de alternativa, esmagados por um crise que além dos empregos lhes está a negar a própria dignidade, ergueram-se e gritaram BASTA!; trocaram um futuro de austeridade certa por um esperançoso, mesmo que de desfecho incerto. Mal ou bem, foram eles a escolhê-lo e ninguém poderá negar que claramente escolheram outra opção que não a ditada a partir de Bruxelas e Berlim.

Se o SYRIZA (e os parceiros de coligação dos Gregos Independentes) vão ou não conseguir realizar os desejos da maioria da população grega é ainda uma incógnita; para já conseguiram abalar o “status quo” europeu e romper o discurso da inevitabilidade da política de “austeridade expansionista”, deixando para a confirmação duma habilidade negocial a resposta à dúvida expressa pelo FINANCIAL TIMES (Será Tsipras um Lula ou um Chávez?).

Para já retenha-se o significado do resultado do sufrágio grego no panorama europeu e num ano em que serão vários os sufrágios por essa Europa fora (ver o “post” «EURO-TENSÕES») e a evidência, ao contrário do que se afirma na Europa, que a «Vitória do Syriza tem consequências para a Europa» ao apresentar como vencedor um programa construtivo e que pretende reforçar a coesão europeia.

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