Depois do
referendo escocês e num contexto europeu cada vez mais fragmentado não é de
espantar que a Catalunha insista também numa consulta popular sobre a mesma
questão, como não será de estranhar que outras regiões coloquem o problema.
O que parece
digno de referência é a diferença de atitude entre Londres e Madrid; enquanto o
governo inglês não revelou hesitações na realização do referendo na Escócia,
que a par com oferta de uma maior autonomia em caso de vitória do Não poderá
ter valido a rejeição da independência, já o congénere madrileno tem optado por
uma clara e frontal oposição à iniciativa.
A última das jogadas
do governo de Mariano Rajoy passou pela recente declaração de
inconstitucionalidade do referendo a promover na Catalunha, prontamente
respondida pelos catalães com a convocação de manifestações de rua sob o “slogan” “Ara es l’hora” (Está na hora),
conduzindo na prática a uma crescente tensão entre Barcelona e Madrid e
reduzindo as hipóteses de entendimento entre as partes que levou mesmo o EXPRESSO a considerar a «Catalunha
em rota de colisão com Madrid».
A resistência
castelhana ao referendo tem reduzido substancialmente as hipóteses de
entendimento com a comunidade catalã e, pior, poderá em última instância
acirrar ainda mais os ânimos autonomistas, com profundos antecedentes
históricos e culturais.
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