A notícia de
que um «Ex-secretário
de Estado do MAI é sócio do escritório que defendeu a empresa que ganhou
concurso dos fogos» não deveria constituir novidade, tal é o estado a que
chegaram os padrões de ética a que nos habituaram os nossos governantes; de tão
corriqueira nem mereceria especial atenção não fosse a notícia incluir
explicações do próprio que de tão canhestras acabam por o prejudicar, mais que
ilibá-lo.
A polémica
surge na sequência dum concurso para a adjudicação de meios aéreos para o
combate de fogos florestais, envolve uma empresa nacional que venceu o concurso
depois de ter visto alterados os pressupostos que contestou em tribunal e o
escritório de advocacia que assessorou a empresa e de que o ex-membro do
governo é agora sócio.
Pese embora a
notícia nunca refira qualquer dúvida sobre a isenção do concurso (antes refere
o facto do MAI não ter seguido o parecer doutro gabinete de advocacia e não ter
contestado a decisão desfavorável do tribunal), na explicação disponibilizada por
Lobo D’Ávila (o ex-secretário de estado em questão) o argumento fundamental
radica no facto deste afirmar que “Não tomei
qualquer decisão no âmbito dos concursos”, como se o facto de ser o ministro da pasta a
assinar o documento o excluísse de qualquer intervenção ou o eximisse de toda e
qualquer responsabilidade.
A resposta
longe de convencer, transmite antes a imagem de quem se sente comprometido e
julga, como é próprio de quem se move num mundo de interesses fluidos e que não
atribui a importância devida a princípios éticos, que qualquer desculpa servirá.
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