Esta semana
ficou marcada no panorama europeu pela primeira sessão do recém-eleito
Parlamento Europeu, da qual resultou a reeleição do social-democrata alemão
Martin Schulz para a sua presidência, e pelo início de mais uma presidência
rotativa da UE; até final de 2014 essa função caberá a uma Itália, cujo
primeiro-ministro, Matteo «Renzi
quer aposta no crescimento para recuperar a “alma europeia”».
A primeira
imagem deixada em Bruxelas parece consentânea com o perfil dinâmico e directo
que se lhe conhece; mas o proverbial imobilismo da eurocracia e o seu historial
recente aconselham acrescida prudência em qualquer manifestação de entusiasmo,
mesmo se antes já tivesse sido noticiado que também perante o Parlamento
italiano o «PM
italiano lança desafio à UE “ou defendemos valores comuns ou podem ficar com a
vossa moeda”».
Mesmo
lembrando que escrevi em Março de 2013, no “post”
«SORRISO
AMARGO», que Renzi representava uma nova geração de políticos, a forma
sub-reptícia como este ascendeu ao poder (ver o “post” «GOVERNO
À ITALIANA») recomenda um acréscimo de cautelas aos mais entusiastas que
desde já queiram erguer Matteo Renzi como o líder que levará a Europa a mudar,
tanto mais que em terras transalpinas é conhecido pela alcunha de “il rottamatore” (cuja tradução livre
para português será “o sucateiro”) pela sua ideia de reciclar o desacreditado e
corrupto sistema político italiano.
De momento o que parece ressaltar é uma clara disposição e intenção para reabrir, no espaço europeu, o debate sobre o crescimento, intenção que deveria ser apoiada e dinamizada por todos quantos se têm feito ouvir nas críticas ao modelo europeu de governança e às políticas seguidas, para o que não bastarão pífias intenções como as inscritas no comunicado do Conselho de Estado que apelam a «…uma voz activa de Portugal na União Europeia em prol do crescimento, do emprego e da coesão…».
Se Renzi será o “homem” para o conseguir ou não, apenas o tempo (uns breves seis meses) o dirá, mas parece cada vez mais claro que esta é uma questão que nunca deveria ter saído da “agenda” dos políticos europeus e a urgência na sua recuperação é mais que proporcional à calamidade social que já se abateu sobre uma Zona Euro abertamente conduzida em benefício dos mais ricos e a expensas dos mais pobres, tanto mais que se «Sem crescimento a UE não tem futuro, avisa Matteo Renzi» e quando o «FMI menos optimista quanto a crescimento da França» parece cada vez mais inevitável o debate de novas abordagens na política europeia.
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