sexta-feira, 9 de maio de 2014

ALVO FALHADO

A pouco mais de duas semanas das eleições europeias continuam por discutir as questões verdadeiramente importantes para os cidadãos duma Europa cujos dirigentes apostaram em destruir.


Aparte a propaganda que rodeia a opção portuguesa pela “saída limpa” e um ou outro remoque entre os cabeças de lista do PS e do PSD, nada se ouve que se assemelhe à explanação de ideias sobre o futuro da UE ou sobre o que verdadeiramente importava alterar. Mesmo aqueles que apontam a moeda única como a fonte de todos os problemas (confundindo as causas com os efeitos) mais não propõem que o seu puro e simples abandono e o regresso às respectivas moedas nacionais, como se tal representasse a panaceia para problemas tão diversos quanto o modelo de governança europeu – a tricéfala divisão entre Parlamento Europeu, Comissão Europeia e a Presidência do Conselho Europeu –, a ausência duma política fiscal unificada e dum exército único.

Insistindo em substituir o debate das grandes questões europeias pelos problemas nacionais ou por falsos problemas, os partidos e as organizações políticas continuam a fazer o jogo dos interesses anti-europeus enquanto agravam as perspectivas de recuperação dos grandes valores – igualdade e solidariedade – que estiveram na origem do projecto de construção europeia.

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