A pouco mais
de duas semanas das eleições europeias continuam por discutir as questões
verdadeiramente importantes para os cidadãos duma Europa cujos dirigentes
apostaram em destruir.
Aparte a
propaganda que rodeia a opção portuguesa pela “saída limpa” e um ou outro
remoque entre os cabeças de lista do PS e do PSD, nada se ouve que se assemelhe
à explanação de ideias sobre o futuro da UE ou sobre o que verdadeiramente
importava alterar. Mesmo aqueles que apontam a moeda única como a fonte de todos
os problemas (confundindo as causas com os efeitos) mais não propõem que o seu
puro e simples abandono e o regresso às respectivas moedas nacionais, como se
tal representasse a panaceia para problemas tão diversos quanto o modelo de
governança europeu – a tricéfala divisão entre Parlamento Europeu, Comissão
Europeia e a Presidência do Conselho Europeu –, a ausência duma política fiscal
unificada e dum exército único.
Insistindo em
substituir o debate das grandes questões europeias pelos problemas nacionais ou
por falsos problemas, os partidos e as organizações políticas continuam a fazer
o jogo dos interesses anti-europeus enquanto agravam as perspectivas de
recuperação dos grandes valores – igualdade e solidariedade – que estiveram na
origem do projecto de construção europeia.
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