A recente
publicação duma estimativa rápida do INE sobre as contas nacionais, antevendo
que a «Economia
contrai pela primeira vez em quatro trimestres», era algo que, para os
lados da Lapa e do Caldas e em vésperas de eleições, se dispensava
perfeitamente, em especial quando a notícia de que a «Economia
arrefece com paragens na Galp e na Autoeuropa» representa um rude golpe na
muito propalada excelência do sector exportador nacional.
É claro que
para aumentar a confusão o PUBLICO
preferiu aludir às taxas homólogas e dizer que o «Investimento impulsiona crescimento económico de
1,2% no primeiro trimestre», quando na realidade a «Economia
deverá ter crescido 0,4% no 1.º trimestre», comparativamente com o período
anterior (valor inferior ao que o INE apresentou em Fevereiro quando anunciou que
«Portugal
cresce 0,5% no quarto trimestre» de 2013),
mas o que deveria preocupar especialmente os conselheiros e estrategas da
“austeridade expansionista” são os sinais de que o optimismo oficial poderá ter
os dias contados, transmitidos pela notícia de que a «Poupança
recua para mínimos de 2011 e malparado bate recordes» e reforçado pela informação
do EUROSTAT de que a «Zona
Euro cresce metade do esperado com estagnação em França e contracção em Itália».
A informação
agora difundida pelo INE virá reforçar o estado de espírito de vastos sectores
da opinião pública, que há muito deixaram de se identificar com o discurso
oficial, tanto mais que continuam sem sentir melhorias significativas no seu
dia-a-dia e em especial o das camadas mais jovens, cuja situação continua
inalterável quando «Portugal é o terceiro país da OCDE com mais
desemprego entre os jovens» e enquanto persistirem em lhes
roubar as mais elementares perspectivas de futuro. A isto junta-se ainda a
confirmação, se preciso fosse, que o «Efeito da austeridade no consumo conduz
economia francesa a estagnação inesperada»
o que, confirmando a relevância do consumo interno para o crescimento
sustentado das economias, em nada ajuda a formulação de grandes expectativas.
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