Foi notícia
nos últimos dias a afirmação de que as «Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos
alemães», produzida por Philippe
Legrain e que serviu de título a uma entrevista ao PUBLICO a propósito da publicação do seu mais
recente livro: “European Spring: Why our
Economies and Politics are in a mess”.
O autor –
economista de formação e ex-conselheiro principal do presidente da Comissão
Europeia, Durão Barroso, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro de 2014, era
conhecido principalmente pela sua ligação à London School of Economics e pelas
suas posições em defesa da globalização, expressas na obra “Open World: The
Truth about Globalisation”,
na qual explanou argumentos contra os críticos da globalização em geral e de
Naomi Klein (a autora de “No Logo” e
de “A Doutrina do Choque: a Ascensão do Capitalismo de
Desastre”) em particular – defende
que a gestão da crise da dívida denominada
em euros foi totalmente inepta, errada e irresponsável, posição que apenas
poderá espantar quem desde 2008 se tenha recusado a procurar outras fontes de
análise e informação que não as oficiais ou vinculadas aos interesses
dominantes.
Seria fastidioso
repetir aqui as vezes que formulei idêntica avaliação ou citei outros bem mais
abalizados que eu para o fazerem, por isso hoje deixo apenas uma questão que me
suscitou a leitura da notícia: se a discordância com as políticas seguidas pela
UE era tão grande porque é que Legrain esperou até à consumação da desgraça
para vir a público afirmar as suas discordâncias?
…e serão
remorsos o que o leva a apelar a uma “primavera europeia” para combater o
extremismo instalado à sombra do desespero e da desilusão que ajudou a instalar
com o seu silêncio?
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