Mais cedo que
o que podia prever, notícia chegada de Israel onde «Mais de 30.000 imigrantes africanos manifestam-se em
Telavive» representa a pior das
confirmações da tendência para a deflagração de conflitos de natureza social
(já no “post” «PRENDA…»
aludi a esta questão numa perspectiva doméstica) num contexto de crescente
insatisfação global.
O caso referido
ganha contornos especiais por ocorrer num dos estados mais policiados do Mundo
e por representar o culminar de duas manifestações anteriores que contaram com
uma reduzida participação. O jornal francês LE
MONDE fala mesmo duma enorme manifestação de migrantes africanos clandestinos
e acrescenta um pormenor da maior relevância: os manifestantes reclamam o
direito de asilo num estado que instalou recentemente um fosso electrificado
com o vizinho Egipto.
A referência a este tipo
de medidas extremas (semelhantes às instaladas pelo governo norte-americano na
sua fronteira com o México) e a recordação do famigerado muro de betão com que
o governo sionista pretende isolar os palestinianos assenta perfeitamente num
estado com profundas raízes policiais para cujos principais responsáveis apenas
parece contar a “pureza da sua raça” e que só recordam o Holocausto em
interesse próprio.
A agitação registada em
Tel-Aviv, sinal da insatisfação dos emigrantes, pode bem vir a acabar no
endurecimento das medidas “purificadoras” que têm vindo a ser implantadas no
território desde meados do século XX, que já originaram guerras convencionais
com os estados árabes vizinhos, duas intifadas (sublevações palestinianas) e um
regime sionista cada vez mais fechado em si próprio.
Esse ensimesmamento, ou
até o mais prosaico apelo à autarcia, parece cada vez mais na ordem do dia num
mundo crescentemente despojado de valores (salvo o do dinheiro, comprovado pelo facto de recentemente se terem manifestado «Patrões
suíços contra proposta de limitação de imigração no país») e minado pelas contradições da sucessão de crises
políticas e económicas onde cada estado ergue os seus muros.
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