No dia
em que se devia continuar a assinalar com pompa e circunstância a data em
que o País recuperou a sua independência,
recordo aquele muito recente que voltámos a ter a um «Orçamento do
Estado para 2014 aprovado só pela maioria», uma
acção de protesto com «Quatro
ministérios ocupados por manifestantes» terão bastado para confirmar o
receio expresso, meia dúzia de dias antes por de Mário Soares, de que «"A
violência está à porta"».
Embora não se
trate duma forma grave de violência (salvo para as excelsas figuras
ministeriais confrontadas com as exigências dos sindicalistas), este incidente
(até ver apenas mais uma acção mediática, como a que em plena sessão
parlamentar de votação do OE para 2014 viu a «Ministra das
Finanças interrompida por gritos de "demissão"»)
ganha novos contornos quando na imprensa se faz eco do facto de «'Operação
secreta' da CGTP apanha PSP e SIS de surpresa».
A
dúvida (esse insidioso verme que corrói até a mais inabalável das confianças)
sobre a falha dos serviços de informação adquire foros particularmente
preocupantes depois que a manifestação dos sindicatos de polícias deixou bem
clara a insatisfação daqueles de quem o poder para a aplicação coerciva da sua
vontade. O SIS não descortinou, ou simplesmente não reportou, a preparação do
“assalto” aos simbólicos bastiões do poder? A diferença entre as duas hipóteses
representa uma enorme incerteza e um mar de dúvidas que o pronto anúncio que «Cada
ministério vai ter 20 polícias a reforçar segurança» não reduz, tanto mais
que entre estes estarão aqueles que “assaltaram” as parlamentares escadarias.
Tranquilizem-se os mais temerosos que o poder ainda não caiu na rua, mas
que no seu seio grassa um medo crescente é testemunhado pelo facto que até já «Deputados
do PSD e do CDS temem “repercussões sociais” dos cortes na função pública», tanto mais que a «CGTP
garante que não há razões para SIS se preocupar»…
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