A decisão anunciada pelo governo de Kiev
de adiar a assinatura do
acordo de associação entre a União Europeia e a Ucrânia, levou para as ruas os ucranianos
que vêem na aproximação a Bruxelas uma garantia contra a influência russa.
Assim, enquanto naquele país milhares
saem às ruas por julgarem preferível a sua integração a prazo na UE à presente
ligação à vizinha Rússia, país do qual dependem para o abastecimento energético
e que de pronto fez saber que uma aproximação à UE seria seguida da deslocalização
da importante indústria tecnológica e aeroespacial, a elite no poder parece
recear as sequelas de tal decisão.
Curioso, em especial para os cidadãos da
Europa do Sul para os quais o anseio dos ucranianos se parece demasiado com o
que eles próprios pensaram aquando da sua adesão à UE Para já não falar que continua
a escrever-se muito sobre uma Ucrânia dividida entre pró-europeus e prós-russos
e pouco ou quase nada na evidência de que a decisão do governo de Viktor Yanukovytch
traduz, em grande medida, a ineficácia e o falhanço da estratégia de Bruxelas,
numa altura em que não é apenas a Ucrânia que está dividida mas toda a Europa.
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