Concretizado
mais um crime de lesa economia com a venda dos CTT e quando começamos a
conhecer que entre os “beneficiários” do negócio estão o «Goldman Sachs e
Deutsche Bank com 7% dos CTT», cresce a incerteza
sobre outro “negócio” anunciado: a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana
do Castelo à Martinfer.
Do historial
da ENVC (cujas
vicissitudes podem ser lidas em resumo nesta notícia do PUBLICO) e dos
contornos conhecidos dum “negócio” que começou por apresentar vários
interessados e acabou reduzido a um único (para mais com o currículo e uma
situação económico-financeira com um passivo superior ao dos ENVC, como a que
regista a Martifer), resultam muitas dúvidas, começando pela forma negligente
como tem sido gerida e concluindo na justificação da subconcessão como forma de
resolver um eventual contencioso com Bruxelas sobre os 181
milhões de euros ajudas públicas atribuídas
aos ENVC, entre 2006 e 2011, mas sem nunca referir como serão suportados os
quase 300 milhões de euros do passivo dos ENVC.
Enquanto na
imprensa vão surgindo notícias contraditórias sobre o futuro dos actuais
trabalhadores e sobre o número de postos de trabalho que a nova empresa
concessionária (West Sea Estaleiros Navais) irá
“criar”; desde uns escassos 120 até uns mirabolantes 1.000 postos de trabalho (ver
a propósito este curioso artigo de opinião de João Miguel Tavares, no PUBLICO),
tudo parece valer para justificar o “negócio” enquanto explica porque o «Autarca
de Viana quer PJ a investigar entrega dos Estaleiros Navais à Martifer».
As dúvidas não param de se avolumar a ponto dum deputado municipal,
eleito pelo CDS, assegurar que a «Martifer
paga quatro vezes menos pelos terrenos dos ENVC do que a empresa vizinha»,
permitindo antever que outros considerandos ainda mais nebulosos envolvam todo
o “negócio”, a ponto do insuspeito EXPRESSO assegurar que «Portugueses
pagam para a Martifer utilizar Estaleiros de Viana do Castelo». E se em tempos e
perante um cenário igualmente dubitativo teve este Governo o bom senso de
suspender o “negócio” de venda da TAP, nada explica (nem mesmo o facto de,
contrariamente ao sucedido com Miguel Relvas, nunca ter sido questionada a
validade do grau académico do ministro Aguiar Branco) que perante tantas
dúvidas a mesma opção não seja agora exercida.
Sem comentários:
Enviar um comentário