Depois de
termos assistido à sistemática repetição do chavão preferido da dupla Passos
Coelho/Vítor Gaspar “nem mais tempo, nem mais dinheiro”, eis que o “mais tempo”
parece pertencer a um passado ignoto e que o novo sinal da crença é o de que a
«União
Europeia aceita “ajustar” duração de alguns empréstimos a Portugal», dando
assim mais tempo ao país para a aplicação do PAEF, enquanto Coelho, Gaspar
& Cª se preparam para prolongar no tempo a estratégia que não tem parado de
arruinar o País.
A questão nem
é apenas a duma economia onde o «Desemprego dispara, défice derrapa, dívida cresce e
crescimento encolhe», mas a duma sociedade na qual, como afirmou há dias Boaventura Sousa
Santos ao ECONÓMICO, «“A coesão social em Portugal está
fortemente ameaçada”», tudo isto enquanto a agência de
notação de risco «S&P sobe
risco da dívida portuguesa de negativo para “estável”», alegando que assim o programa de redução do défice é mais
sustentável.
O que ninguém
parece disposto a dizer (e ainda menos o reformado de Belém) é que o simples
aumento do prazo, sem redução da taxa de juro nem do montante da dívida, se
traduz afinal em maiores ganhos para os detentores da dívida pois irão receber
mais juros durante mais tempo.
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