sábado, 9 de março de 2013

O CALDINHO…


Depois de termos assistido à sistemática repetição do chavão preferido da dupla Passos Coelho/Vítor Gaspar “nem mais tempo, nem mais dinheiro”, eis que o “mais tempo” parece pertencer a um passado ignoto e que o novo sinal da crença é o de que a «União Europeia aceita “ajustar” duração de alguns empréstimos a Portugal», dando assim mais tempo ao país para a aplicação do PAEF, enquanto Coelho, Gaspar & Cª se preparam para prolongar no tempo a estratégia que não tem parado de arruinar o País.


A questão nem é apenas a duma economia onde o «Desemprego dispara, défice derrapa, dívida cresce e crescimento encolhe», mas a duma sociedade na qual, como afirmou há dias Boaventura Sousa Santos ao ECONÓMICO, «“A coesão social em Portugal está fortemente ameaçada”», tudo isto enquanto a agência de notação de risco «S&P sobe risco da dívida portuguesa de negativo para “estável”», alegando que assim o programa de redução do défice é mais sustentável.

O que ninguém parece disposto a dizer (e ainda menos o reformado de Belém) é que o simples aumento do prazo, sem redução da taxa de juro nem do montante da dívida, se traduz afinal em maiores ganhos para os detentores da dívida pois irão receber mais juros durante mais tempo.

O “caldinho” que Vítor Gaspar e o seus pares do Ecofin estão a preparar aos cidadãos de Portugal e dos restantes países europeus sob intervenção da “troika” ou em vias de o ficarem, é o prolongamento das políticas de austeridade, acompanhadas do sobejamente conhecido cortejo de desemprego, falências, aumento do défice e contracção da economia (tanto mais evidente quando em simultâneo ficámos a saber que «Novas encomendas à indústria caem 12% em Janeiro»), que longe de aliviarem os cidadãos comuns funcionam em claro benefício dos credores, ou seja dos “banksters” e do sistema financeiro global

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