segunda-feira, 31 de outubro de 2005

DIA MUNDIAL DA POUPANÇA

É quase um eufemismo lembrar-se a comemoração desta data quando são conhecidos os recente indicadores relativos aos valores da poupança nacional.

A repetida tendência para a quebra da taxa de poupança (pouco mais de 10% entre 2003 e 2004), tende a ser explicada pelo reduzido crescimento dos salários reais (com a consequente redução do rendimento disponível) e pelo reduzido nível dos juros (mais potenciador do endividamento das famílias que da poupança) mas raramente lhe é atribuída a sua real dimensão.

Muitas vezes prefere-se falar num aumento da propensão ao consumo (há mesmo quem atribua grande responsabilidade ao efeito apelativo da publicidade) esquecendo-se que o comportamento dos aforradores é fruto da interligação de um conjunto de variáveis, sendo que a satisfação das necessidades básicas é uma das mais importantes. Ora se pretendemos viver numa sociedade globalizada e se o poder de compra da população nacional é cada vez menor, não será de estranhar que os níveis de poupança apresentem os valores que sabemos.

Talvez mais importante que “inventar” mecanismos para estimular a poupança fosse recorrer aos conhecidos mecanismos para aumentar os níveis salariais nacionais e não apenas os níveis de riqueza de um número cada vez menor de eleitos, situação cujos reconhecidos efeitos são o aumento das aplicações em contas “off-shore”.

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