A repetição de
casos de falsas declarações de habilitações literárias entre a classe política
nacional é um sinal de degradação de valores básicos que deveria ser
devidamente interpretado e merecer uma reacção adequada, que não a da habitual
chicana política onde poder e oposição usam hoje os argumentos que antes
contestaram.
A
recente demissão de dois membros do governo de António Costa - Rui Roque e Nuno
Félix, respectivamente adjunto do gabinete do primeiro-ministro e chefe de
gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto – trouxe inevitavelmente
de volta o caso Miguel Relvas – o ministro do governo de Pedro Passos Coelho
que obteve um diploma académico graças a um regime especialmente favorável de
equivalências – o que motivou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD,
Carlos Abreu Amorim, a falar em "artistas"
que tentam "pateticamente" comparar as licenciaturas falsas, como
se a canhestra mentira dos de agora fosse coisa substancialmente mais grave que
a esperteza saloia do seu correlegionário.
No essencial estão bem uns para os
outros e casos como estes repetir-se-ão enquanto continuarmos a aceitar de forma
pacífica a substituição de valores morais e éticos, como a integridade e o
respeito próprio, por valores da moda como a ganância e o primado do sucesso a
qualquer preço...
...que estão a minar a credibilidade da
própria democracia.
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