A notícia da
morte de Fidel Castro tomou hoje de assalto os meios de informação.
Esperada,dado o evidente estado de degradação física daquele que dirigiu uma
revolta nacionalista contra o governo de Fulgêncio Batista. A reacção do
vizinho norte-americano à substituição dum regime oligárquico e favorável ao
domínio económico que vinha exercendo sobre o território, acabou por forçar Fidel
e o novo governo a uma aproximação à União Soviética, transformando-o no “perigo
comunista” que a crise dos mísseis de Cuba (episódio famoso da Guerra Fria,
originado na intenção da URSS instalar
mísseis com ogivas nucleares a escassas milhas da costa americana) confirmaria.
Ainda anterior
a este episódio foi a imposição pelos EUA, em 1960, dum bloqueio económico em
retaliação pela nacionalização de interesses norte-americanos na ilha, entre os
quais, diga-se, se destacava a importante indústria do jogo (sob controlo da
máfia) e que perdura até à actualidade. Bloqueio que agravou as condições de
vida da generalidade do povo cubano e a implosão da URSS (no início da última
década do século passado) transformou num total isolamento da ilha.
Esta morte,
por muitos ansiada como potencial fim dum bloqueio desumano, foi celebrada com fogo
de artifício e vivas a Donald Trump por milhares de cubanos radicados na
Florida, muitos dos quais têm beneficiado do lucrativo contrabando que o
bloqueio imposto pelos EUA alimenta e que agora esperam participar na renovação
dum país que muito terá a ganhar com a normalização das relações comerciais,
mas igualmente a recear do regresso dos “interesses” que levaram a que, no
tempo de Batista, a ilha fosse conhecida como o bordel da América.
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