quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O NÓ

Pese embora a inegável habilidade que António Costa demonstrou ao longo deste último ano (começando no processo negocial que levou à formação dum inédito governo com apoio da esquerda parlamentar, passando pela negociação com Bruxelas de assuntos delicados como o orçamento e a recapitalização da CGD e acabando na evitável polémica das sanções comunitárias), o muito que se disse e escreveu sobre o processo de recapitalização da CGD e da nomeação duma nova administração que procurou por todos os meios eximir-se à obrigação legal de entregar as obrigatórias declarações de rendimentos e património, acaba por constituir o único escolho no seu percurso.


A demissão de António Domingues (o nome escolhido para liderar uma equipa vinda quase exclusivamente do BPI) tornou-se inevitável e pela sua demora acaba por atirar sobre si uma responsabilidade que deveria ser distribuída pelo Governo e por uma oposição que à míngua de capacidade e de motivos acabou por usar o problema para tentar desgastar o governo de António Costa.

Resta agora esperar que este desate mais um nó – nomear nova administração – para avaliarmos até que ponto a real preocupação de PSD e CDS, que enquanto parceiros no anterior governo forçaram a CGD a vender a sua participação na CIMPOR abaixo do preço de mercado, assistiram (sem qualquer sinal de preocupação) ao acumular de prejuízos e a obrigaram a recorrer às ajudas ao abrigo do programa da troika (quando à evidência o que necessitava era dum aumento de capital),  não vai além do velho desejo de ver a CGD privatizada.

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