domingo, 4 de dezembro de 2016

VOTAÇÕES EUROPEIAS

O final do dia de hoje pode apresentar-nos um cenário europeu diverso do das primeiras horas do dia. Concretize-se a esperada vitória do candidato de extrema-direita, Norbert Hoffer, nas eleições presidenciais austríacas e um “Não” no referendo italiano – referendo sobre reformas constitucionais transformado num plebiscito onde o primeiro-ministro «Renzi arrisca futuro com referendo» – e estará concretizada um profunda alteração na distribuição de forças (e vontades) em dois dos mais importantes membros da UE.


Confirmando-se que a «Extrema-direita pode vencer presidenciais na Áustria», o país – originado com a derrocada do Império Austro-Húngaro e sobrevivente do Anschluss (anexação com a Alemanha nazi) – conhecerá o primeiro presidente de extrema-direita desde a II Guerra Mundial, o que se deverá traduzir num reforço das tendências nacionalistas que já grassam por outros estados do leste europeu.

Por seu turno, a possível queda de Renzi e a convocação de eleições antecipadas poderá acelerar a ascensão do populista Beppe Grillo e o regresso do famigerado Silvio Berlusconi.
Tudo boas notícias para uma UE que há muito deixou de revelar a menor capacidade para gerir crises de qualquer natureza, salvo o recurso à comprovadamente ineficiente procrastinação responsável pela sua actual letargia.

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