Em vésperas da
aprovação da próxima Comissão Juncker «Durão
Barroso despede-se da Europa», da mesma forma que pautou a sua passagem por
Bruxelas, com um flanante «Goodbye, au revoir, auf Wiedersehen. O
adeus de Durão Barroso ao Parlamento Europeu» foi condizente com a
nulidade da sua liderança.
No improviso
com que se dirigiu aos deputados europeus deixou, talvez inconscientemente, um
claro retrato da sua actuação quando salientou os apelos dramáticos (sic) com
que enfrentou as várias crises que assolaram a sua presidência da Comissão Europeia;
o que Durão Barroso não referiu – nem precisava pois a memória colectiva ainda
está bem fresca – é que deixará o seu nome indelevelmente associado ao processo
de esvaziamento de poderes da Comissão.
Em Bruxelas,
como em Lisboa, Durão Barroso poderá ter sido um afável mordomo (aliás essa foi
a característica claramente evidenciada durante a famigerada cimeira Bush-Blair
que ditou a invasão do Iraque que lhe valeu a ascensão na UE), mas nunca um
líder à altura das necessidades. Sem outras convicções além das inerentes às
necessidades da sua própria sobrevivência, Durão Barroso pactuou silenciosa e
obedientemente com a fragmentação de poderes derivada da criação da presidência
do Conselho Europeu (personificada também num personagem politicamente menor e
amorfo, como Van Rompuy), confirmando para a História a proverbial imagem da
tibieza lusa.
Sai agora de
cena (pela porta pequena da História) sacudindo responsabilidades (a culpa foi
dos líderes nacionais que não da sua menoridade) e seguramente em direcção a
outros voos mais altos…
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