terça-feira, 26 de agosto de 2014

RECTIFICANDO

No mesmo dia em que ficámos a saber que o «Governo aprova segundo orçamento rectificativo do ano», depois de semanas a ouvir a justificativa ladainha que acusava o Tribunal Constitucional e a reposição salarial por este imposta, eis que afinal se descobre que a «Despesa sem juros e salários subiu 618 milhões em vez de cair».

Esta conclusão revela dois pormenores nada displicentes:
  1. o governo do rigor e da austeridade é tão incapaz quanto os antecessores de reduzir a despesa pública;
  2. o empolgamento pela austeridade reduz-se à sua aplicação àqueles que pouco ou nada podem fazer para lhe escapar;
que me levam a concluir que a equipa liderada por Passos Coelho, onde pontifica a inefável “Senhora Swap”, não enferma apenas de incompetência técnica (como oportunamente procurei demonstrar no “post” « …ERROS CRASSOS» o OE 2014 está ferido dum erro técnico insanável) nem se caracteriza pela análise dogmática que tudo resume ao desgastado estribilho do “andámos a viver acima das nossas possibilidades”, antes pela actuação mistificadora e tanto ou mais despesista que as dos seus antecessores.


Enquanto a versão do governo assegura que o Orçamento «Rectificativo garante défice de 4% sem aumentar impostos», resta esperarmos até à sua apresentação, na próxima semana, para então conhecermos toda a extensão dos cortes que há semelhança dos anteriores voltarão a atingir “as gorduras” do Estado: NÓS!

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