O
fim-de-semana nacional ficou marcado pelo Congresso do PSD, não pela novidade
ou pela qualidade dos resultados – fossem quais fossem estavam à partida
remetidos para o esquecimento – mas por um ou outro “fait divers”, como o do maquiavélico golpe de asa do putativo
candidato presencial que deixou de ser para voltar a ser.
É claro, para
quem o tenha ouvido, que Marcelo Rebelo de Sousa foi ao Coliseu para relançar a
sua candidatura presidencial ou, como escreveu o I, «Marcelo
faz rodagem para as presidenciais»; nada de novo nem de surpreendente no
mais ágil dos políticos nacionais. Surpreendente, esse sim, foi o discurso de
Santana Lopes ao trazer para o conciliábulo algumas notas da realidade
socioeconómica portuguesa que o PSD tanto tem feito para esconder.
Refiro
intencionalmente o PSD e não apenas a sua direcção pois a ausência no Congresso
das vozes internas que mais têm criticado as opções de Passos Coelho (Manuela
Ferreira Leite, Pacheco Pereira, Rui Rio) conferiram-lhe o monolitismo
necessário e suficiente para tudo pareça numa harmonia que nem a réstia de realismo introduzido por Santana Lopes beliscou.
É óbvio que
nem os tempos nem os interesses instalados permitem que se repitam antigos
momentos de arroubo ou uma qualquer catarse colectiva que levasse os
congressistas a aclamar personalidade ou tese contrária à do líder; nos aparelhos partidários o processo democrático interno está reduzido ao nível da
abjecção, bem expresso na ignomínia da eleição de Miguel Relvas para o Conselho
Nacional.
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