quarta-feira, 1 de agosto de 2007

NOVOS DADOS SOBRE O NAL

Cumprindo o papel que dela se espera[1], a imprensa nacional tem vindo a publicar regularmente notícias sobre a polémica questão da localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) e em especial sobre alguns desenvolvimentos recentes acerca do tema.

Hoje mesmo, o DN publica uma notícia na qual dá conta da opinião de um dos especialistas envolvidos no estudo da opção Alcochete, o ex-ministro[2] e professor da Universidade de Aveiro, Carlos Borrego, que apresenta a hipótese desta localização poder também funcionar dentro do cenário habitualmente designado por Portela+1. Segundo aquele esta solução pode mesmo revelar-se complementar à actual Portela e permitir que as novas infraestruturas evoluam ao longo de um período de tempo, durante o qual a Portela poderá vir sendo desactivada. Como refere a própria notícia a proposta é fazer com que «...à medida que o tráfego for crescendo, seja transferido para o novo aeroporto que será desenvolvido faseadamente e não todo de uma vez, sempre numa lógica de complementaridade e não concorrência (nunca haverá dois aeroportos de dimensão do da Portela a competirem). Na fase final, a 20 anos, o principal aeroporto seria Alcochete, mas a Portela manter-se-ia como estratégica para um pequeno mas valioso mercado de quatro a cinco milhões de passageiros/ano que poderia ser servido por aviões de menor dimensão e com um menor impacto ambiental» .

Mesmo considerando que esta ideia avançada por Carlos Borrego é bem diversa da que originou a designação Portela+1 (manter o aeroporto internacional na Portela, para onde continuariam a voar as grandes companhias e construir um pequeno aeroporto de apoio vocacionado para as “low cost”), nem por isso deixa de representar uma ideia para a manutenção em actividade (e respectiva rentabilização) de uma infraestrutura que continua a receber grandes investimentos de melhoramento enquanto simultaneamente se fala na sua desactivação.

Exemplo disto foi a inauguração ontem efectuada de um novo terminal de passageiros na Portela, pelo ministro Mário Lino, que aproveitou a oportunidade para afirmar que «...entre Janeiro e Julho, a Portela registou um crescimento acumulado do número de passageiros de 8,6 por cento, prevendo-se que chegue ao final do ano com 13,3 milhões de passageiros. Valores que demonstram que "não tem condições para dar resposta às necessidades do país e que é preciso um novo aeroporto"»; curiosamente, ou talvez não, na passada semana o DIÁRIO ECONÓMICO deu à estampa uma entrevista com o antigo presidente da PORTUGÁLIA (a companhia aérea que a TAP adquiriu recentemente ao BES), João Ribeiro da Fonseca, na qual este afirmou textualmente que é falso que a Portela esteja esgotada. Defendendo o seu ponto de vista, aquele gestor, afirma que nunca foram realizados estudos conducentes à optimização daquela infraestrutura e que a generalidade das obras de melhoramento realizadas foram (são) ineficazes.

Em sua opinião a realização de obras bem planeadas na Portela e a utilização do aeródromo do Montijo para os voos ”charter” e as “low cost” aumentaria em muitos anos o período de vida útil da Portela (só o funcionamento do Montijo deveria reduzir a utilização da Portela em 20%). «Para construir este aeroporto, não seria necessário um investimento pesado. “O Montijo poderia ser construído em módulos, à medida das necessidades, sem luxos. Uma coisa prática e eficiente, ao contrário do que se quer fazer na Ota. Economicamente seria mais razoável para o país pobre que somos.”(...) Lisboa continuaria a ter um segundo aeroporto a 15 minutos de distância. Mais tarde, se fosse preciso um aeroporto maior, o que levaria muitos anos, Alcochete seria o terreno ideal. Para isso, bastava agora “reservar o espaço” para esse efeito. “A Ota é que não: é um erro trágico para o país.”»

Como se não bastasse tudo isto, o mesmo DIÁRIO ECONÓMICO publica, também hoje, uma entrevista com um dos membros da administração do INAC – INSTITUTO NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL, Luís Coimbra, partidário da necessidade de substituição da Portela que explica o abandono da opção pela margem sul para a implantação do novo aeroporto face à oposição militar à desactivação do Campo de Tiro de Alcochete; porém verificando-se a alteração desta posição, defende que a margem sul é a melhor opção.

Este especialista (engenheiro aeronáutico e ex-técnico da ANA) é de opinião que a manutenção da Portela é economicamente inviável, mas deverá manter-se «...como mínimo operacional, uma só pista, para efeitos de protecção civil e emergência médica em caso de grande catástrofe, salvaguardando-se simultaneamente muitas das instalações hoje existentes e que não necessitam de ser transferidas para um novo aeroporto».

Felizmente que, mesmo díspares e/ou promovidas por personalidades mais ou menos controversas, as opiniões sobre o futuro NAL continuam a surgir e a manter aberto o debate... e a esperança (de ver esta questão resolvida de forma adequada às necessidades e às capacidades nacionais) diz-se, é a última a morrer!
_____________

[1] A referência ao importante papel de informação e de contributo para o debate de ideias que a imprensa deve desempenhar, parece-me particularmente oportuno neste caso, porque, infelizmente, nem sempre assim acontece e porque, felizmente, alguns dos receios que aqui manifestei poderão revelar-se menos fundamentados.
[2] Foi Ministro do Ambiente e Recursos Naturais em dois governos de Cavaco Silva, tendo-se demitido na sequência de um comentário público sobre o serviço de Hemodiálise do Hospital de Évora (o célebre caso do alumínio...)

2 comentários:

antonio ganhão disse...

Este país já conheceu muitos erros trágicos... eu continuo na minha: OTA.

Parece-me perigoso construir um aeroporto num campo de tiro!

Anónimo disse...

Olá pessoal, eu sou Patricia Sherman atualmente em Oklahoma EUA. Gostaria de compartilhar minha experiência com vocês sobre como consegui um empréstimo de US $ 185.000,00 para limpar meu saque bancário e iniciar um novo negócio. Tudo começou quando eu perdi minha casa e meus pertences devido ao saque bancário que levei para compensar algumas contas e algumas necessidades pessoais. Então, fiquei tão desesperado e comecei a procurar fundos de todas as maneiras. Felizmente para mim, uma amiga minha, Linda me contou sobre uma empresa de empréstimos, fiquei interessada, embora estivesse com medo de ser enganada, fui compelida pela minha situação e não tive escolha senão procurar aconselhamento do meu amigo sobre essa mesma empresa entrar em contato com eles realmente me fez duvidar devido à minha experiência anterior com credores on-line, mal conhecia essa empresa '' Elegantloanfirm@hotmail.com Esta empresa tem sido de grande ajuda para mim e para alguns dos meus colegas e hoje sou uma O orgulhoso proprietário de negócios e responsabilidades bem organizados é bem tratado, graças a esta empresa de empréstimos por colocar o sorriso no meu rosto novamente. Então, se você realmente precisa de um empréstimo para expandir ou iniciar seu próprio negócio ou em qualquer forma de dificuldade financeira, eu recomendo que você dê hoje à elegantloanfirm a oportunidade de elevação financeira do seu negócio hoje ... entre em contato através do. .. {Email:} Elegantloanfirm@hotmail.com ... não é vítima de fraude on-line em nome da obtenção de um empréstimo. obrigado