Mais uma
cimeira europeia e o mesmo resultado de quase sempre... Perante os mais
variados cenários, os problemas de fundo continuam a ser adiados e até os mais
prementes registam soluções que pouco mais fazem que adiar tudo para outra
ocasião.
No campo do
euro continuam as soluções experimentais, sem grande fundamento e menor efeito
estrutural, enquanto as hipóteses de verdadeira e profunda reforma da
moeda-única – alteração do papel do BCE para o de verdadeiro emissor de moeda e
financiador directo dos estados e a criação dum verdadeiro orçamento
comunitário – continuam a se preteridas por estas pseudo-soluções.
Desta vez a
desculpa foi a crise das migrações, que continua a centrar as atenções dos
governos, servindo a uns de pretexto para endurecer as regras de mobilidade e a
outros para a continuação das suas campanhas xenófobas, mas nem isso originou
qualquer proposta de actuação além da repetição da solução turca (pagar aos
países fronteiriços com a UE para estes reterem os migrantes).
Claro que as
mudanças de governo em alguns estados-membros espelham o crescimento dos
movimentos populistas e anti-imigração etronam ainda mais difícil a cosntrução
duma solução duradoura que passasse, por exemplo, pela criação de condições
económicas e sociais nos países de origem dos imigrantes por forma a reduzir a
natural atracção da Europa para os seus naturais. Mas isso exige dinheiro – o
que só será possível quando houver orçamento comunitário e o BCE passar a
financiá-lo directamente – e, claro, uma verdadeira vontade de resolver o
problema em lugar de o usar como manobra de propaganda eleitoral.
Como as
lideranças da UE continuam a revelar o mesmo tipo de tibieza a que já nos
habituaram e as tempestadas que nos rodeiam (reais e imaginárias) continuam a
engrossar, resta aos cidadãos europeus assistir ao esboroamento daquilo que
podia ter sido uma boa ideia.
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