A nove meses
da data de conclusão do processo do Brexit e quando as negociações entre
Londres e Bruxelas continuam sem dar sinais francamente positivos, eis que
surge a notícia da demissão
do ministro britânico do Brexit, logo seguida
da do ministro dos negócios estrangeiros, Boris Johnson.
Quando cresce
a sensação que a
UE já se está a preparar para uma saída sem acordo, eis que as figuras britânica
da linha dura se afastam do processo e deixam evidente o extremar de posições entre
os conservadores, divididos entre uma saída que mantenha o Reino Unido na
órbita da União Europeia e a confirme como o principal parceiro comercial dos
britânicos (a chamada saída suave) ou uma saída mais agressiva, que permita ao
Reino Unido procurar alianças (comerciais, mas também de outra ordem) noutras
regiões do globo, quebrando a maioria dos laços económicos entre os britânicos
e a UE.
Embora
parecendo mais fácil (e natural) a opção pela saída suave (a que permitiria
manter as ligações com a UE e a que seria seguramente menos onerosa), os
defensores da linha dura parecem continuar a apostar num futuro entendimento
privilegiado com os EUA, mesmo quando estes avolumam os sinais de crescente
proteccionismo.
Do ponto de
vista de Boris Johnson e dos “brexiters” (entre os quais se conta Dominic Raab,
o novo ministro para o Brexit), continuará a fazer sentido a política do “quanto
pior, melhor” ou então tudo se resumirá a uma “golpada” que leve à demissão do
governo e à ascensão de Boris (uma euro-versão de Trump, cujo nível de demagogia já o levou a avisar que o Reino Unido pode acabar como colónia da UE) à liderança do
próximo governo britânico... se os tories
(designação popular dos conservadores) ganharem as eleições que se adivinham,
quando já se anuncia que «Nigel
Farage pode voltar a liderar eurocépticos do UKIP se Brexit “não entrar nos
eixos”».
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