Ainda não era
conhecida a notícia de que o «Ecofin
confirma aplicação de sanções a Portugal e Espanha» e já circulava na
imprensa nacional uma outra manchete dando conta que «Dijsselbloem
espera reacção “ofensiva” do governo».
Poucas têm
sido as vezes que aplaudo comentários ou afirmações do sr. Dijsselbloem, mas
desta vez tenho que concordar em pleno com a ideia que a aplicação de sanções sob
a justificação de não terem sido adoptadas "medidas eficazes" para
corrigir os défices excessivos, quando é sabido que as medidas aplicadas foram
ditadas pela própria CE que agora pretende que foram insuficientes, só pode
merecer uma “reacção ofensiva” do governo português.
É que não só pelas
razões explicadas as sanções constituem por si só uma aberração, como a sua
verdadeira finalidade não é a de alcançar o reequilíbrio orçamental,antes a de
penalizar um governo que se mostra pouco cooperante com a ortodoxia e os dogmas
neoliberais.
O cinismo e a
hipocrisia de tudo isto é sabermos que a «Regra
já foi violada mais de 100 vezes, mas Portugal e Espanha são primeiros a ser
castigados», quando estes estiveram entre os países que mais fizerem para
agradar a Bruxelas e às suas anacrónicas políticas financeiras e orçamentais.
Será preciso
juntar ainda mais razões para concordar com o sr. Dijsselbloem? e esperar uma
resposta adequada do governo português? especialmente depois de lermos que na
opinião do PSD o Governo
abriu porta a sanções por "razões políticas", como se existisse tal figura nos tratados europeus ou se a UE já tivesse deixado de ser,
de jure, uma associação de estados
livres.
É que agora,
como na época da mudança de política expansionista para contraccionista,
decretada pelo directório alemão, o que faz verdadeiramente falta para iniciar
o processo de recuperação duma UE dos e para os cidadãos é haver quem de forma
frontal diga “NÃO” à discricionariedade e à prepotência.
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