terça-feira, 12 de julho de 2016

CLARO SR DIJSSELBLOEM...

Ainda não era conhecida a notícia de que o «Ecofin confirma aplicação de sanções a Portugal e Espanha» e já circulava na imprensa nacional uma outra manchete dando conta que «Dijsselbloem espera reacção “ofensiva” do governo».


Poucas têm sido as vezes que aplaudo comentários ou afirmações do sr. Dijsselbloem, mas desta vez tenho que concordar em pleno com a ideia que a aplicação de sanções sob a justificação de não terem sido adoptadas "medidas eficazes" para corrigir os défices excessivos, quando é sabido que as medidas aplicadas foram ditadas pela própria CE que agora pretende que foram insuficientes, só pode merecer uma “reacção ofensiva” do governo português.

É que não só pelas razões explicadas as sanções constituem por si só uma aberração, como a sua verdadeira finalidade não é a de alcançar o reequilíbrio orçamental,antes a de penalizar um governo que se mostra pouco cooperante com a ortodoxia e os dogmas neoliberais.

O cinismo e a hipocrisia de tudo isto é sabermos que a «Regra já foi violada mais de 100 vezes, mas Portugal e Espanha são primeiros a ser castigados», quando estes estiveram entre os países que mais fizerem para agradar a Bruxelas e às suas anacrónicas políticas financeiras e orçamentais.
Será preciso juntar ainda mais razões para concordar com o sr. Dijsselbloem? e esperar uma resposta adequada do governo português? especialmente depois de lermos que na opinião do PSD o Governo abriu porta a sanções por "razões políticas", como se existisse tal figura nos tratados europeus ou se a UE já tivesse deixado de ser, de jure, uma associação de estados livres.

É que agora, como na época da mudança de política expansionista para contraccionista, decretada pelo directório alemão, o que faz verdadeiramente falta para iniciar o processo de recuperação duma UE dos e para os cidadãos é haver quem de forma frontal diga “NÃO” à discricionariedade e à prepotência.

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