Pela pena do
Prof. César das Neves (e pelas páginas do DN) ficámos a saber que «…a nossa economia está saudável e até tem
recuperado bem do terrível choque da crise. O que estraga tudo é o parasitismo
do vasto sector GES» ou seja, «…os mortos-vivos, alimentados artificialmente por rolamentos de
dinheiros que encobrem inanidade produtiva».
Tivessem já ocorrido
as próximas eleições legislativas e o duo Passos Coelho/Paulo Portas tivesse
sido varrido para os confins do olvido e o ilustre Prof teria concluído a sua
análise com um remissor “voltem! estão perdoados!”, pois a ausência de
crescimento económico e a manutenção das elevadas taxas de desemprego não mais
serão imputadas à famigerada política da “austeridade-expansionista”.
É claro que a desresponsabilização
política inerente à análise que produziu em «O sector GES» não é estranha ao
período pré-eleitoral que atravessamos nem ao afã de escamotear o completo
fracasso da estratégia austeritária, mas insere-se perfeitamente no aviso que a
deputada e membro da Comissão Parlamentar de Inquérito ao BES, Mariana
Mortágua, deixou no encerramento daquele processo: «"O maior erro é achar que isto é culpa
do Ricardo Salgado"».
E a enormidade
do erro não se resume à desculpabilização que os demais responsáveis políticos
e económicos não deixarão de ensaiar, antes ao medonho risco de voltarmos a ver
repetidos os mesmos erros.
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