Tal
como noutros cenários, também na questão ucraniana, cinco meses volvidos sobre
um acordo de cessar-fogo não só se voltou à estaca zero em termos de
beligerância (com o inevitável cortejo de mortes e destruição) como o «Anunciado
cessar-fogo na Ucrânia», conseguido na sequência duma maratona negocial que
envolveu, ao mais alto nível, russos, alemães, franceses e ucranianos, estará
longe de tranquilizar os patrocinadores do conflito, pois se «17
horas depois, Donetsk e Lugansk ganharam. Kiev e Europa são as derrotadas»,
o que significa que pouco do almejado pelo Ocidente terá sido alcançado nesta
confrontação com Moscovo, excepto a crescente convicção da sua injustificação,
a ponto de no dia seguinte ao início do cessar-fogo acordado ter surgido a
notícia que a «União
Europeia alarga lista de sanções à Rússia». A comprovar o fracasso de mais
esta iniciativa, eis que pouco tempo depois, entre acusações mútuas de
incumprimento do cessar-fogo, já se anunciava que «Ofensiva
rebelde obriga ucranianos a retirar de Debaltseve».
O directório
franco-germânico continua a conduzir a UE em mais uma aventura de resultado
muito duvidoso, menorizando-se aos olhos da opinião pública internacional (por
mais que a imprensa ocidental teça loas aos resultados e lance sobre os russos
as culpas do confronto, a verdade é cada vez menos escamoteável) precisamente
quando voltou a enfrentar uma das piores fases da sua existência com o anúncio
que o «Eurogrupo
não chega a acordo sobre a Grécia», arrastado durante semanas até ao
esperado anúncio que o «Eurogrupo
e Grécia chegam a acordo: mais quatro meses e sem austeridade adicional»;
sabido que a «Rússia
admite prestar ajuda financeira à Grécia», vê fragilizado o efeito
dissuasor do agravamento das sanções económicas (especialmente desde que
alvitrado que a aproximação entre a Grécia
e a Rússia pode quebrar o consenso europeu sobre aquelas sanções) e reforça
a ideia que Moscovo está também a ganhar no tabuleiro económico.
Confirmando que
a “guerra” contra Putin se trava na vertente económica (para quem já tenha
esquecido que no início do “interesse” da UE pela Ucrânia a questão chegou a ser
colocada em termos que a «Rússia
paga mais que a UE para ficar com a Ucrânia»), para garantir a “submissão
ucraniana e talvez para compensar Poroshenko (o
magnata ucraniano, conhecido como o “Rei do Chocolate”, eleito presidente da
Ucrânia em Maio do ano passado na sequência da Revolta do Maidan e do derrube
de Yanukovich) pela “derrota” em Minsk, foi anunciado nesse mesmo dia que o «FMI
propõe novo empréstimo a Kiev de 15,4 mil milhões de euros».
A evidente
falta de tacto (ou incapacidade) que os dirigentes europeus têm revelado nas
vertentes política e económica estende-se, obviamente, à questão do “terrorismo
islâmico”, fenómeno que atingindo já o dia-a-dia local de muitos europeus – o
mais recente foi um «Tiroteio
em Copenhaga junto a seminário sobre islamismo» – é já objecto de
manipulações em favor de «Leis
mais apertadas para controlar terrorismo», que fatalmente acabarão por
constituir mais um rude golpe num dos pilares fundadores da Europa; depois das
malfeitorias à Paz e à Prosperidade, estão reunidas todas as condições para
assistirmos a um golpe sobre a Liberdade dos cidadãos.
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