De
tempos a tempos o Acordo de Parceria Transatlântica de
Comércio e Investimento (TTIP, na sigla inglesa) volta a
encher cabeçalhos nos jornais. Desta vez, num contexto de grande incerteza em
torno da solução para a Grécia e a continuidade da Zona Euro, a grande
parangona é que a «Economia
norte-americana pode salvar mais uma vez uma Europa em depressão», como se
na actualidade a finalidade dum acordo de comércio livre (sobre algumas das
implicações do TTIP ver os “posts” «O
PROBLEMA EUROPEU» e «RECONFIGURAÇÃO
GEOPOLÍTICA MUNDIAL») fosse a salvaguarda doutro interesse que não o das
grandes empresas e das grandes fortunas que as financiam, como fica amplamente evidente
com a inclusão da famigerada clausula ISDS
(Investor-State Dispute Settlement) que garantirá às grandes empresas o recurso
a tribunais especiais para resolver eventuais conflitos com os Estados.
Nem de
propósito, na mesma ocasião e demonstrando precisamente essa dicotomia entre o
interesse das populações e o das grandes fortunas, vieram a público notícias
onde a «Investigação "Swissleaks" revela
esquemas de evasão fiscal no banco HSBC», nomeadamente com «Sessenta
mil ficheiros de reis, países e famosos identificados num esquema de evasão
fiscal», envolvendo qualquer coisa como 180
mil milhões de euros, ou seja um valor superior ao PIB nacional, só numa
filial dum banco!
A revelação
destes dados relativos a um único banco (o britânico HSBC), da responsabilidade
do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas de
Investigação) vem confirmar a
necessidade de actuação contra as verdadeiras multinacionais do crime fiscal e
da lavagem de dinheiro que são os “offshores”
e em especial as sucursais financeiras que neles operam, que têm proliferado em
claro prejuízo da generalidade dos trabalhadores, pequenos empresários e
reformados que por esse mundo fora continuam a ver os seus rendimentos
reduzidos em nome dum rigor orçamental que como se vê não é aplicado de forma
universal.
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