terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

LIBERDADES E PRÁTICAS ESCANDALOSAS

De tempos a tempos o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla inglesa) volta a encher cabeçalhos nos jornais. Desta vez, num contexto de grande incerteza em torno da solução para a Grécia e a continuidade da Zona Euro, a grande parangona é que a «Economia norte-americana pode salvar mais uma vez uma Europa em depressão», como se na actualidade a finalidade dum acordo de comércio livre (sobre algumas das implicações do TTIP ver os “posts” «O PROBLEMA EUROPEU» e «RECONFIGURAÇÃO GEOPOLÍTICA MUNDIAL») fosse a salvaguarda doutro interesse que não o das grandes empresas e das grandes fortunas que as financiam, como fica amplamente evidente com a inclusão da famigerada clausula ISDS (Investor-State Dispute Settlement) que garantirá às grandes empresas o recurso a tribunais especiais para resolver eventuais conflitos com os Estados.

Nem de propósito, na mesma ocasião e demonstrando precisamente essa dicotomia entre o interesse das populações e o das grandes fortunas, vieram a público notícias onde a «Investigação "Swissleaks" revela esquemas de evasão fiscal no banco HSBC», nomeadamente com «Sessenta mil ficheiros de reis, países e famosos identificados num esquema de evasão fiscal», envolvendo qualquer coisa como 180 mil milhões de euros, ou seja um valor superior ao PIB nacional, só numa filial dum banco!


A revelação destes dados relativos a um único banco (o britânico HSBC), da responsabilidade do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação) vem confirmar a necessidade de actuação contra as verdadeiras multinacionais do crime fiscal e da lavagem de dinheiro que são os “offshores” e em especial as sucursais financeiras que neles operam, que têm proliferado em claro prejuízo da generalidade dos trabalhadores, pequenos empresários e reformados que por esse mundo fora continuam a ver os seus rendimentos reduzidos em nome dum rigor orçamental que como se vê não é aplicado de forma universal.

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