A leitura dos
jornais que nos últimos dias anunciaram as perspectivas primaveris do FMI
(World Economic Outlook) poderia muito bem resultar numa apreciação cautelosa,
como a sugerida pelo caricaturista Luís Afonso.
Ao razoável
optimismo, que levou o DN
a escrever que «FMI
revê em alta crescimento de 0,8% para 1,2%», contrapõe o NEGÓCIOS
que o «FMI mantém previsão de crescimento de 1,5%
para Portugal em 2015», para não falar na mais realista afirmação do
I quando
assegura que o
«FMI
não prevê mais que uma recuperação angustiante». Em resumo, a aparente
melhoria transmitida pela revisão em alta da previsão que o FMI estimara em
Janeiro num crescimento de 0,8% para o corrente ano, tem que ser ponderada pelo
arrefecimento que significa manter a previsão de 1,5% para 2015.
Nada de estranho quando em simultâneo o mesmo
«FMI volta a pedir ao BCE mais medidas para
evitar deflação» ou quando anuncia uma «Retoma
moderada na Europa, mas ainda com risco de 20% de deflação», que o mesmo é
dizer que as previsões agora anunciadas estarão sujeitas a um elevado grau de
incerteza, esboroando toda a euforia que pudesse ter transmitido a afirmação
que o «FMI
confirma crescimento de 1,2% para Portugal em 2014», tanto mais que as
previsões atribuem à nossa economia um crescimento dentro da média da UE e
francamente abaixo do necessário para representar um verdadeiro efeito positivo
na redução do peso da dívida.
Das leituras
feitas destaca-se pela positiva uma do EXPRESSO, dizendo que o «FMI
quer BCE mais agressivo para tirar zona euro da crise», a qual pode ser
entendida como aproximação às teses que defendem a revisão do papel do BCE e a
arquitectura da moeda única e indicador de que ao contrário do discurso oficial
sempre existiram alternativas… não tem é havido vontade política em aplicá-las!
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