terça-feira, 8 de abril de 2014

20 ANOS DEPOIS…

Mais que falar na estabilidade política e na recuperação económica, vinte anos depois do Massacre no Ruanda, quando um milenar conflito entre as etnias hutu e tutsi terá custado a vida a 800 mil tutsis, parece fundamental recordar sobretudo a responsabilidade da comunidade internacional, seja na incapacidade revelada para enfrentar aquela situação, seja na responsabilidade pela implementação de políticas colonialistas fomentadoras das rivalidades étnicas e na divisão arbitrária de comunidades.

Há vinte anos, tal como durante o período da colonização belga quando a potência colonial fomentou os privilégios da minoria tutsi, a comunidade internacional nada fez para contrariar a difusão do ódio étnico e acabou por ser uma organização armada de matriz tutsi (a Frente Patriótica Ruandense) que substitui no poder o regime hutu.


Porém, as melhorias económicas não podem esconder que o actual regime tutsi, chefiado por Paul Kagame, parece cada vez mais enredado numa estratégia de eliminação física dos seus opositores, de que é exemplo o recente caso de Patrick Karegeya, o «Ex-chefe dos serviços secretos do Ruanda "assassinado" na África do Sul», a par com a manutenção dum clima de tensão com outro produto da colonização belga, a vizinha República Democrática do Congo (ex-Zaire), país conhecido pelas suas riquezas minerais.

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