quarta-feira, 7 de setembro de 2011

POLÍTICAS ENERGÉTICAS


Quando a realidade revela com crescente crueza a aproximação de nova escalada nos impostos e nos preços de bens essenciais, como a alimentação e transportes é seguramente oportuno voltar a reflectir sobre a questão do preço do petróleo (matéria-prima) e dos combustíveis.

Para não cair nas desgastada acusação contra a elevada carga fiscal e a mais que conhecida ineficiência dum mercado dito livre, limitar-me-ei a fazer aqui eco de duas notícias com alguns meses mas que não perderam nada da sua actualidade. A primeira, do LE MONDE que citava declarações[1] da ministra francesa da economia, Christine Lagarde, que numa entrevista à rádio Europe 1 avançou com a possibilidade do governo francês avançar com medidas que forçassem as gasolineiras a reflectir a descida da cotação internacional do “crude” no preço de venda da gasolina nos postos de abastecimento.


É claro que no dia imediato e no mesmo jornal[2], especialistas na matéria e representantes das gasolineiras vieram desdramatizar o risco e assegurar que, na prática, pouco poderá ser realizado.

A questão do preço dos combustíveis, que não preocupa apenas os franceses, tem sido também abordada pelas instâncias directivas da UE, que há tempos emitiu directivas no sentido de ver aumentada progressivamente a adição de biocomponentes na composição dos combustíveis, também como via para uma redução da dependência do “crude” e dos países produtores.

Sucede que a crescente procura de oleaginosas para a produção de combustíveis traduziu-se num estratégia de exploração intensiva dos solos e de destruição de milhares de hectares de florestas no continente africano, situação que começa a ser denunciada em notícias, como esta do DN, que além daqueles efeitos referem ainda o carácter predador das multinacionais que usam (e abusam) dos solos condenando as populações africanas a uma ainda maior fragilidade alimentar e a população mundial a nova vaga de aumento dos bens alimentares.


[1] A notícia pode ser lida aqui, na versão original.
[2] A notícia, que faz eco da opinião de especialistas e de responsáveis do sector dos combustíveis, pode ser lida aqui, na versão original.

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