Com a notícia da chegada dos homens do FMI parece que repentinamente passou a ser “moda” ou a fazer parte integrante da estruturação do pensamento “politicamente correcto” incluir nas análises da dramática situação nacional considerandos vários sobre a adequabilidade e a rentabilidade da generalidade dos investimentos realizados nas últimas décadas, ou até, pasme-se, sobre a origem do mal e sobre a previsível ineficácia do tratamento.
Agora que os cidadãos portugueses foram convenientemente manietados e entregues à voragem da alta finança, eis que de repente, sem que nada o fizesse prever, proeminentes figuras da cena política nacional passaram a criticar as absurdas opções de investimento público (como o fez o ex-secretário de Estado e agora conselheiro do PSD, Nogueira Leite, relativamente às auto-estradas nacionais como é referido nesta notícia do DN) decididas em décadas anteriores ou surgem jornalistas a descrever como os mercados tramaram Portugal[1], quando durante o período mais quente da “crise” optaram pela crítica fácil e com claros objectivos políticos de conquista do poder a curto prazo, ou silenciaram cobardemente os “mecanismos” agora denunciados.
Depois destas “ajudas” ainda haverá quem pense que tudo o que nos resta é deixarmo-nos conduzir como gado para o abate?
[1] A noticia, publicada no ECONÓMICO, tem precisamente por título «Como os mercados tramaram Portugal e o Governo ficou “a ver navios”».
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