quarta-feira, 27 de abril de 2011

FOI À JUSTA...


Enquanto por cá continuamos ansiosos por ouvir o veredicto final dos “especialistas” do FMI e do BCE para conhecermos a dimensão final dos sacrifícios que nos imporão para que o sistema financeiro e o Estado português resolvam o défice que metodicamente cavam sob o nossos pés, nos EUA foi alcançado na semana passada um acordo entre republicanos e democratas possibilitando o aumento dos limites à dívida pública.


Em Washington e por toda a vasta América, respirou-se de alívio perante a catástrofe que seria o colapso da máquina administrativa da União e a revelação da real situação da economia nacional e em especial a dos estados federados, o principal dos quais é a Califórnia, que já hoje vivem uma situação perigosamente próxima da insolvência.

Perante a magnitude da tarefa dos congressistas todos terão respirado de alívio quando à última da hora foi alcançado o acordo para permitir ao barco manter-se a flutuar... mas até quando poderá o FED continuar a imprimir notas de dólar como se todos vivêssemos (e os americanos em primeiro lugar) no melhor dos Mundos?

Quando o desemprego persiste em aumentar e a economia mais poderosa do planeta continua a apresentar crescimentos anémicos, quem poderá prognosticar o próximo escolho? O colapso do estado da Califórnia, a subida do preço do petróleo e dos bens alimentares essenciais, ou mais prosaicamente a desvalorização do dólar em consequência da subida dos bens essenciais e da inflação gerada pela emissão descontrolada daquela divisa?

A situação de fragilidade da economia norte-americana é tal que até algo impensável como a generalização da crise das dividas soberanas europeias – denominadas em euros ou em libras – poderá ser o suficiente para fazer soçobrar uma economia até agora titânica, pois a dependência dum sistema financeiro globalmente descapitalizado voltará a fazer sentir-se como aconteceu em 2007 com a crise do “subprime”, só que agora a dimensão do iceberg será ainda maior.

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