Esta máxima popular pode muito bem servir para resumir os resultados da Cimeira UE-África que decorreu no passado fim-de-semana em Lisboa.
Encerrados os trabalhos, constata-se, na lógica do politicamente correcto, que todos saíram muito felizes; a UE, presidida por Durão Barroso, anunciou a aprovação de um plano de estratégia conjunta que irá permitir “continuar os trabalhos” até à próxima cimeira, prevista para 2010 e Robert Mugabe, o contestado presidente do Zimbabwe, “sobreviveu” a mais uma prova de fogo (terá sido assim tão mau como se diz?) e há até quem o tenha visto como o vencedor da reunião, enquanto os membros da União Europeia terão aceite esperar pela actuação da África do Sul no sentido de melhorar a situação política naquele país.
Na prática, tudo continua como antes; os países europeus não lograram ainda que os seus parceiros africanos os deixem de ver como ex-potências coloniais (infelizmente muitas vezes com acrescidas razões), enquanto estes permanecem mergulhados numa situação de subdesenvolvimento ao qual não é estranho, além dos conhecidos problemas de incapacidade governativa e corrupção, o próprio papel da Europa, pois até as propostas para a celebração de acordos de parceria económica, apresentadas pelos países europeus registaram uma quase unânime recusa pelos estados africanos, restando agora esperar para vermos como os líderes europeus irão gerir o fim do período de derrogação concedido pela Organização Mundial do Comércio que expira no final deste mês.
Seguro é que irão permanecer os termos desiguais de troca e que sem qualquer esforço a China continuará a ver reforçado o seu peso e importância naquele continente.
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