Restarão cada vez menos
dúvidas que grassa a maior confusão para os lados de Bruxelas. Depois do
famigerado GREXIT (processo de afastamento da Grécia da UE) eis que o novo
“terror” é um tal BREXIT, ou seja uma hipotética saída da Grã-Bretanha da UE, inicialmente
ameaçado pelo primeiro-ministro David Cameron mas agora desaconselhado pelo
mesmo após uma prolongada cimeira de chefes de governo da UE, onde «Bruxelas cede a Cameron para evitar o
Brexit».
Claro que no rescaldo
tanto se pode dizer ter-se cedido o necessário como assegurar que se alcançou
uma grande vitória, mas o certo é que para já Cameron terá assegurado a
extensão do já proverbial estatuto de excepção inglês.
E o problema parece ser
esse mesmo... Numa UE dilacerada pela questão das dívidas públicas, pela
fragilidade do seu crescimento económico e acossada pela pressão imposta pela
questão dos migrantes, depois do nunca cabalmente explicado (e ainda menos
entendido) estatuto especial dum Reino Unido que sempre pareceu jogar mais num
tabuleiro pró-interesses dos EUA que da UE, eis que o aumento das excepções
desejadas pelos ingleses contribuirá fatalmente para o exacerbamento doutras
vontades individualistas (veja-se já o caso dos estados-membros do ex-bloco de
leste) sem qualquer garantia de real vantagem para a UE.
É estranho que um Reino
Unido a quem se tem admitido toda uma panóplia de políticas anti-UE, que
conheceu o apogeu na não adesão à moeda única, pretenda referendar a continuidade
numa união cuja adesão nunca referendou nem revelou qualquer interesse ou
necessidade em referendar os seus principais tratados.
O referendo marcado para
Junho joga não apenas o futuro político de David Cameron, pois o principal
prejudicado será, qualquer que seja o resultado, sempre esta burocratizada UE
onde imperam todos os interesses excepto o dos cidadãos europeus.
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