sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

DISCUTIR O OGE OU OUTROS OBJECTIVOS?

Depois duma ligeira acalmia voltámos às “grandes notícias” sobre o OGE; assim, a par com a informação que os «Juros da dívida portuguesa continuam sob pressão, sobem para 4,4%» e que «Centeno prometeu ao Eurogrupo preparar já um novo pacote de austeridade», o que conjugado indicia, na opinião dos mais abalizados comentadores pátrios, que a culpa é do orçamento apresentado pelo governo de António Costa.


A leitura dos mesmos sinais, a par com a queda generalizada das bolsas europeias, levou o EL PAIS a atribuir a responsabilidade às perspectivas duma nova crise bancária, lembrando que «El valor de la banca cae a mínimos desde la crisis de deuda europea». 

Lançando-se um conveniente véu sobre outras realidades, esquece-se informação sobre outros mercados e outras realidades – como lembrar que «Desde Setembro que o S&P 500 não caía há tantos dias seguidos» – com o óbvio propósito de criar incerteza política e desestabilizar um OGE que todos sabemos pouco consistente ou até de difícil execução.

Assim, o que para os nossos vizinhos ibéricos se afigura a um problema global é liminarmente comentado entre nós pelo recém nomeado conselheiro de Estado «António Lobo Xavier: Não creio que Costa vá aguentar-se muito tempo».

Depois de termos eleito para a Presidência da República um ex-comentador político (que nunca sentiu pejo em conjugar essa actividade com a de Conselheiro de Estado, tanto mais que agora convidou outro para o seu antigo lugar de conselheiro), até quando continuaremos a aceitar esta promiscuidade entre interesses e uma completa ausência de ética? que continuando a formar o pensamento geral dentro dos estreitos limites nacionais impedem, na realidade, a organização de linhas de pensamento estruturado que ajudem na resolução de problemas que têm evidentes origens na situação global.

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