A semana fechou com novidades na “frente
síria” e depois da suspensão das negociações anunciada há uma semana pelo
representante da ONU eis que surgiu o anúncio que «EUA
e Rússia criam plano para o cessar fogo na Síria».
Como é
óbvio não se tratará duma solução definitiva, não só porque foi desde logo
referido que o «Cessar-fogo
“ambicioso” negociado por Rússia e EUA começa dentro de uma semana» como se
disse que «Já
há acordo para cessar fogo na Síria, mas Russia mantém ataques» contra os
grupos rebeldes, Daesh incluído. A situação regional é de tal forma instável
que de pronto se avolumou a ideia que «Turquia
e Arábia Saudita admitem enviar tropas para a Síria» e para agravar a
situação a «Turquia
começa a bombardear curdos na Síria».
Com o apoio de Putin a Bashar
al-Assad a «Rússia
mudou equilíbrio de forças na Síria e dita agora as suas condições»
tornando claro que «Cessar
fogo é vitória para Assad. Poucos acreditam na paz» e as reacções de Ancara
e Riad (donde os «Sauditas
dizem que a Rússia não vai conseguir salvar o regime sírio») são um claro
sinal dos fantasmas (ascensão de xiitas e curdos no cenário regional) que assustam
árabes e turcos, que irão muito além da influência russa na região. Mais
discreto, mas nem por isso menos activo, o regime iraniano também vai somando
alguns pontos na luta que trava contra as petromonarquias do Golfo, agora
particularmente enfraquecidas pela queda do preço do petróleo, sendo já
conhecida uma reacção onde o «Irão
adverte Arábia Saudita contra envio de tropas para a Síria».
Apesar do inegável progresso que
o «Alcançado
acordo entre EUA e Rússia para cessar-fogo na Síria» pode trazer, também
trouxe o regresso a outros “medos”, bem claros quando «Bashar
al-Assad admite risco de invasão da Arábia Saudita ou Turquia», e a antigas
realidades, quando o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, admite que as relações
entre a Rússia e o Ocidente entraram numa "nova Guerra Fria".
Na verdade a complexa realidade geopolítica no Médio
Oriente, situação que se arrasta há várias décadas, apresenta todas as
componentes para se poder transformar no epicentro duma crise político-militar
de proporções globais, facto que dá maior relevo à afirmação em que a «Rússia adverte para
guerra mundial caso avance ofensiva terrestre contra a Síria», quando,
paradoxalmente, terá sido o seu apoio ao regime sírio que ajudou a desbloquear
o conflito no sentido da abertura de negociações.
Para as martirizadas populações
sírias (especialmente num cenário de guerra civil) este é «Um
acordo que tem tudo para falhar mas pode salvar vidas»... assim se
aproveite o abrandamento no conflito para fazer chegar rapidamente às populações
o auxílio de que carecem em extremo.
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