Os tempos que
temos vivido e que conheceram o seu apogeu com o governo Passos Coelho/Paulo
Portas estão ainda longe de se verem varridos para os confins das más memórias.
Não
enfileirando nos rol dos que alimentam grandes esperanças no futuro próximo,
tão profunda e marcante tem sido a acção destruidora daqueles que outra coisa não
têm feito salvo propalar a inexistência de alternativa às suas ideias, sempre
vou assinalando aqui ou ali os sinais de diferença que apesar dos poderes instalados
lá vão surgindo.
Exemplo
disso é uma recente notícia do EXPRESSO segundo
a qual a «Finlândia estuda atribuição de salário mínimo
garantido a todos os cidadãos», no que aparenta constituir uma
completa inversão do tão aplaudido discurso populista do “vai trabalhar,
malandro” e que se aproxima duma ideia antiga que abordei no “post” «A
CRISE, O EMPREGO E O RENDIMENTO» onde a advoguei em alternativa a um aumento
generalizado dos salários e enquanto medida de justiça social.
A medida em
estudo pelo governo finlandês é apresentada como de combate ao desemprego e uma
forma de simplificar o sistema de segurança social e, claro, criticada por quem
acredita que terá o efeito exactamente oposto.
Como escrevi em
2009, no “post” referido, a ideia não
é nova nem inédita pois encontra-se em aplicação (nem mais, nem menos...) na
própria pátria do capitalismo moderno: os EUA. Num dos seus estados (o Alasca)
existe um fundo alimentado pelas receitas das concessões petrolíferas, o Alaska
Permanent Fund, que distribui anualmente o seu rendimentos pelos habitantes daquele
o estado. Criado com o objectivo de ajudar a fixar muita da mão-de-obra
deslocada para o Alaska durante o período de instalação das infraestruturas destinadas
à exploração petrolífera, funcionará hoje como importante agente redistribuidor
da riqueza local.
Ainda
decorrerá muito tempo até que algo resulte deste debate, mas como escrevi a
propósito da questão dum novo «PARADIGMA
DO EMPREGO» e da necessidade
de equacionarmos novas abordagens para o problema da redistribuição da riqueza,
comprovado que está o fracasso da famigerado política da “austeridade
expansionista”, o tempo urge e os erros cometidos acumulam-se sem que se
perfile de forma clara uma a indispensabilidade dum nova forma de pensar os
problemas antigos.
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