quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O PRESENTE DE NATAL

Pese embora o adiantado da hora, foi sem surpresa que no passado Domingo ficámos a saber que fora o «Banif vendido ao Santander com perdas "elevadíssimas" para os contribuintes», havendo logo quem assegurasse que a «Factura do Banif para os contribuintes pode chegar a 3825 milhões».

Nada de novo depois dos casos BPN, BPP e BES, que segundo algumas contas asseguram que «Portugueses já deram 13 mil milhões para salvar bancos», enquanto outros mais prudentes preferem salientar que o «Estado já gastou perto de 12 mil milhões com bancos resgatados».
Certo é que o sistema financeiro continua a oferecer-nos regularmente os seus presentes envenenados...


e que ninguém – em especial o Banco de Portugal, a entidade reguladora do sistema financeiro português – pode assegurar que não se repita.

Sabido já que os «Partidos avançam com inquérito parlamentar sobre Banif» deixemos para mais tarde as questões (e serão seguramente muitas) de natureza política., para nos concentrarmos no que de imediato ressalta desta decisão: é que além das mais que óbvias dúvidas em torno dos contornos do “negócio”, como sejam a famigerada separação entre activos “bons” e “maus” e o preço de saldo, parece igualmente merecedora das maiores reticências e até agora falho do mais elementar esclarecimento o facto da escolha ter recaído sobre um banco que mantém um litígio com o Estado português sobre swaps ruinosos que envolvem um conjunto de empresas públicas.

Bem pode o governo de António Costa garantir que fez em três semanas o que não foi feito em três anos, ou dizer que queria integrar Banif na CGD mas não foi possível devido às regras da Comissão Europeia e que o «Santander foi escolhido para ficar com Banif porque tinha a "melhor" proposta», que nada disfarça o que aparenta ser mais um “negócio” com contornos éticamente muito duvidosos, que se estendem à actuação duma cadeia nacional de televisão – a TVI – que é propriedade duma empresa espanhola – a PRISA – que é um dos accionista de referência do Santander...

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