Pese embora o adiantado
da hora, foi sem surpresa que no passado Domingo ficámos a saber que fora o «Banif
vendido ao Santander com perdas "elevadíssimas" para os contribuintes»,
havendo logo quem assegurasse que a «Factura do
Banif para os contribuintes pode chegar a 3825 milhões».
Nada de novo depois dos casos BPN, BPP e BES,
que segundo algumas contas asseguram que «Portugueses
já deram 13 mil milhões para salvar bancos», enquanto outros mais prudentes
preferem salientar que o «Estado já gastou perto de 12 mil milhões com bancos resgatados».
Certo é que o sistema financeiro continua a oferecer-nos
regularmente os seus presentes envenenados...
e que ninguém – em especial o Banco de Portugal, a entidade
reguladora do sistema financeiro português – pode assegurar que não se repita.
Sabido já que os «Partidos
avançam com inquérito parlamentar sobre Banif» deixemos para mais tarde as
questões (e serão seguramente muitas) de natureza política., para nos
concentrarmos no que de imediato ressalta desta decisão: é que além das mais
que óbvias dúvidas em torno dos contornos do “negócio”, como sejam a famigerada
separação entre activos “bons” e “maus” e o preço de saldo, parece igualmente
merecedora das maiores reticências e até agora falho do mais elementar
esclarecimento o facto da escolha ter recaído sobre um banco que mantém
um litígio com o Estado português sobre swaps ruinosos que envolvem um
conjunto de empresas públicas.
Bem pode o governo de
António Costa garantir
que
fez em três semanas o que não foi feito em três anos, ou dizer que queria
integrar Banif na CGD mas não foi possível devido às regras da Comissão
Europeia e que o «Santander
foi escolhido para ficar com Banif porque tinha a "melhor" proposta»,
que nada disfarça o que aparenta ser mais um “negócio” com contornos éticamente
muito duvidosos, que se estendem à actuação duma cadeia nacional de televisão –
a TVI – que é propriedade duma empresa espanhola – a PRISA – que é um dos
accionista de referência do Santander...
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