segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A AMARGA DELÍCIA TURCA

No passado Sábado ocorreu em Ancara, a capital turca, um atentado durante uma manifestação a favor da paz. Estava no início uma manifestação contra a guerra que grassa no leste do país entre o exército turco e os separatistas curdos do PKK, que fora convocada por várias organizações sindicais e contava com o apoio do HDP, Partido Democrático do Povo (pró-curdo), quando ocorreu o atentado.


Se as primeiras notícias reportavam que «Explosões em Ancara matam pelo menos 30 pessoas», pouco tardou para que a dimensão dos números e da chacina conhecessem outra dimensão com a notícia que «Pelo menos 95 pessoas morreram em duas explosões no centro de Ancara».


Naturalmente o governo turco já fez saber que o «Estado Islâmico é suspeito número um de atentado na Turquia» – tanto mais que semelhante acusação poderá constituir um excelente pretexto para uma intervenção da NATO na Síria –  mas noutra manifestação entretanto realizada pelos mesmos promotores era generalizado o sentimento que a responsabilidade deveria ser imputada ao AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento) do presidente Recep Tayyip Erdogan; os defensores desta tese recordam que o país está em vésperas de novas eleições (depois de nas eleições de Junho o AKP ter perdido a maioria que detinha) e que já no decorrer da última campanha eleitoral ter ocorrido um atentado num comício do HDP, no que classificam como manobra daquele partido para conquistar os votos dos sectores mais nacionalistas. 

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