Como esperado, tanto mais que era sabido que «Sondagens apontam vitória de Putin nas presidenciais russas», e da forma mais natural, o resultado das eleições russas confirmou que seria Putin a suceder a Putin.
Desenganem-se os que pensam que a expressão correcta seria “Putin de novo”, ou “Putin… depois de Medvedev”, porque na realidade o quadriénio durante o qual este assegurou a presidência da Federação Russa e Putin desempenhou as funções de primeiro-ministro (cargo em que sucedeu a Dmitri Medvedev) foi um mero interregno legal.
Da mesma forma que a eleição de Putin nunca esteve em dúvida, também a alegação da existência de fraudes era garantida e nem sequer foi preciso esperar muito para surgirem notícias sobre «“Problemas sérios” nas eleições russas», ou mais concretamente que a «OSCE detecta importantes irregularidades no escrutínio russo».
No essencial a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) destaca irregularidades no processo de contagem dos votos, mas principalmente a constatação dum claro favorecimento de Vladimir Putin durante o período da campanha eleitoral, justificando a notícia de que «Vários líderes internacionais reagem de forma cautelosa à vitória de Vladimir Putin».
Para já parece assegurado que as dúvidas agora lançadas voltarão a ecoar logo que surja qualquer motivo para um maior atrito diplomático com Moscovo, mesmo quando se assegura que «Downing Street considera vitória de Putin decisiva, “apesar de problemas”» e se conte Angela «Merkel entre os primeiros a felicitar Putin», pois o actual estado de reconfiguração geo-estratégica global, com uns EUA vacilantes e uma China ainda hesitante, poderá alargar o espaço de manobra da Federação Russa.
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