quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NOVO PATRIMÓNIO MUNDIAL


A votação favorável à admissão do estado palestiniano como membro de pelo direito na UNESCO (organização da ONU apara a ciência e a cultura) despoletou reacções adversas dos EUA e de Israel.


Se a retaliação judaica se enquadra no esperado, pois não tardou que o governo do conservador Benjamin Netanyahu anunciasse a ampliação dos colonatos instalados em território palestiniano e uma nova retenção dos impostos cobrados em nome dos palestinianos (tudo sinais da colonialização a que continuam sujeitos), já a reacção norte-americana é por demais condenável.

Prontamente anunciado por uma porta-voz, foi decidido que os EUA suspenderiam a sua contribuição financeira para aquele organismo. 

O mais interessante é que a decisão, justificada em termos de legislação interna, soa aos ouvidos mundiais como uma birra de mau perdedor, que, qual criança mimada e rica, retalia com uma medida financeira desproporcionada e generalizada cujas consequências só a prazo serão totalmente avaliadas e, pior, configuram uma evidente manifestação de total ausência de humildade democrática.

Este episódio, que é apenas mais um, da longa lista de malfeitorias e demais vilanias com que os estados imperialistas julgam poder controlar as vontades que lhe são desagradáveis ou adversas, surge numa fase particularmente conturbada do cenário mundial, constituindo ainda mais uma prova da parcialidade norte-americana no conflito que opõe palestinianos e israelitas e que os primeiros dizem querer arbitrar.


Não menos curioso é que a posição americana contribuirá mais para a isolar na UNESCO (facto muito bem explorado pela caricatura onde Chappatte coloca palestiniano Abbas a oferecer o seu antigo lugar de observador ao indignado representante norte-americano) e para desmascarar o seu mais que conhecido partidarismo no conflito israelo-palestiniano que para a criação de laços e de aproximações entre os dois povos em disputa.

Mas se o perpétuo alinhamento entre Washinton e Tel Aviv não constitui novidade, já o mesmo não se poderá dizer duma crescente dúvida que grassa nos meios diplomáticos: Quem emanará as ordens, Washington ou Tel Aviv?

A resposta apenas o tempo a ditará, mas o resultado, qualquer que ele seja, não será o mais agradável para a maioria e, talvez até, para o próximo Senhor do Mundo que já se começa a perfilar.

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