Voltou esta
semana ao Parlamento, por iniciativa do PCP e no Dia Internacional da Língua
Materna (21 de Fevereiro), a polémica questão do Acordo Ortográfico e, como
esperado o «Parlamento
rejeita desvinculação de Portugal do Acordo Ortográfico», embora durante o
debate o PS, PSD, CDS e BE tenham admitido a necessidade do seu
aperfeiçoamento, mas remetido para as conclusões duma Comissão de Avaliação de
Aplicação do Acordo Ortográfico que deverão ser conhecidas daqui por uns meses.
Este resultado
deixou o «PCP
sozinho na defesa de desvinculação de Portugal do Acordo Ortográfico de 1990»
(repare-se que transcrevi tal qual o moderno “suzinho”), que parece ter nascido
dos interesses do sector editorial (se calhar pensavam que assim iriam beneficiar
do vasto mercado brasileiro), nunca foi cabalmente debatido pela sociedade
civil, ao qual muitos linguistas se opõem e nenhum dos outros países da CPLP
ratificou.
Crítico desde
a primeira hora desta idiosincrasia, quase me apetece reclamar como o saudoso
Baptista Bastos (também ele um declarado opositor ao novo acordo) – não me
tirem o “p” ao Baptista! – e não tenho qualquer dúvida que o facto de existirem
já bom número de palavras homógrafas e homónimas não justifica que se criem
mais com a regra da completa abolição das consoantes mudas que têm as especial
relevância de fazerem falar...
Claro que, ao
contrário das línguas mortas, as línguas vivas sofrem (e sofrerão) os efeitos
do tempo e do seu uso, mas em resultado deste desconchavado acordo vigora uma
situação de total confusão, onde umas pessoas escrevem sem respeitar o acordo,
outras respeitando-o e um terceiro grupo (quiçá os maiores beneficiários desta
trapalhada) misturando tudo.
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