Num texto
publicado no Facebook e reproduzido no blogue Estátua de Sal, Jorge Bateira, explica, do
seu ponto de vista, a importância da existência de moeda soberana; porque «...primeiro
o Estado gasta e gera défice -> depois, a economia cresce e gera emprego (o
Estado também pode ter programas sociais de emprego) -> a seguir, as
receitas do Estado aumentam e os subsídios sociais de desemprego, e outros,
baixam => orçamento reequilibrado».
Não tentando
sequer negar a evidência do quadro argumentativo sempre recordo que o problema
da moeda única não reside na sua supranacionalidade, antes no facto do BCE não
financiar directamente os estados. O simples fim da exclusividade do sistema
bancário no acesso à moeda única (um absurdo prático sustentado no argumentário
neoliberal de que a mera emissão de moeda é geradora de inflação, quando à
eviência isso só acontece se aquela ultrapassar sistematicamente as necesidades
de financiamento da economia real) que lhe tem conferido um verdadeiro
monopólio e, pior, um persistente desvio dos meios financeiros necessários ao investimento
e ao crescimento económico para a especulação financeira.
Para
retomar o título do texto, «Dentro
do euro não há dinheiro» porque os políticos que desenharam a moeda única
fizeram-no, não no interesse dos povos europeus mas sim no dum sistema
financeiro que há muito abdicou da sua função de financiamento à economia real
para responder aos interesses dos sectores rentistas, dedicando-se quase
exclusivamente a uma economia de casino que exige crescimentos permanentes aos
seus actores.
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