quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ALARGAMENTOS

Um dos tópicos retirado do discurso sobre o estado da União hoje proferido pelo presidente da Comissão Europeia, foi aquele onde «Juncker quer que todos os países da União Europeia adoptem o euro em 2019».


Fazendo clara tábua rasa das evidentes e por demais denunciadas limitações da moeda única, Jean-Claude Juncker parece contrariar agora as ideias apresentadas, em Março deste ano, no Livro Branco Sobre o Futuro da Europa que a própria Comissão patrocinou.

Na oportunidade apresentei no post «SEGURANDO A UE» as cinco vias – uma UE reduzida a um mercado comum, continuar o caminho seguido de crise em crise, uma UE ao sabor dos interesses de cada um dos membros, optar por uma solução de menos mas melhor Europa, escolher decididamente mais Europa – então sugeridas pela Comissão e que o seu presidente parece agora resumir a uma: mais Europa!

Mas que Europa num cenário onde impera uma moeda única claramente disfuncional e desenhada não para servir os interesses dos cidadãos europeus mas os do sector financeiro?

Os mais entusiastas dirão que esta opção é claramente a dum futuro com “mais Europa”, mas os mais esclarecidos verão na proposta agora apresentada por Juncker a continuação da estratégia em vigor – uma UE ao sabor das crises e da sua maior ou menor capacidade para as resolver – com a diferença que próxima crise será garantidamente de natureza interna, ou a opção de alargar a moeda única não fosse idêntica à decisão de alargamento ao leste europeu quando ainda não estavam devidamente resolvidas as assimetrias resultantes do alargamento da Europa a 15.

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