Um dos tópicos
retirado do discurso
sobre o estado da União hoje proferido pelo presidente da Comissão Europeia,
foi aquele onde «Juncker
quer que todos os países da União Europeia adoptem o euro em 2019».
Fazendo clara
tábua rasa das evidentes e por demais denunciadas limitações da moeda única,
Jean-Claude Juncker parece contrariar agora as ideias apresentadas, em Março
deste ano, no Livro Branco Sobre o Futuro da Europa que a própria Comissão
patrocinou.
Na
oportunidade apresentei no post «SEGURANDO A
UE» as cinco vias – uma UE reduzida a um mercado comum, continuar o caminho
seguido de crise em crise, uma UE ao sabor dos interesses de cada um dos membros,
optar por uma solução de menos mas melhor Europa, escolher decididamente mais
Europa – então sugeridas pela Comissão e que o seu presidente parece agora
resumir a uma: mais Europa!
Mas que Europa
num cenário onde impera uma moeda única claramente disfuncional e desenhada não
para servir os interesses dos cidadãos europeus mas os do sector financeiro?
Os mais
entusiastas dirão que esta opção é claramente a dum futuro com “mais Europa”,
mas os mais esclarecidos verão na proposta agora apresentada por Juncker a
continuação da estratégia em vigor – uma UE ao sabor das crises e da sua maior
ou menor capacidade para as resolver – com a diferença que próxima crise será
garantidamente de natureza interna, ou a opção de alargar a moeda única não
fosse idêntica à decisão de alargamento ao leste europeu quando ainda não
estavam devidamente resolvidas as assimetrias resultantes do alargamento da
Europa a 15.
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