Hoje, dia em
que celebramos mais um aniversário sobre a reconquista da democracia e da
liberdade, deveríamos dedicar uma atenção especial a tentar recordar o que
então pensámos e projectámos para o futuro e onde hoje estamos.
Esqueçamos o
conceito maniqueísta de “celebrar Abril” e reflictamos um pouco sobre o que
aqui nos trouxe... Mais de quatro décadas volvidas em que um verdadeiro
turbilhão de acontecimentos mudou radicalmente a nossa vida colectiva,
estaremos inegavelmente melhor que então, mas quase certamente muito longe de
onde sonhámos poder estar.
Então o futuro éramos nós e estava, em boa medida, nas nossas mãos; hoje parece não termos
futuro ou então sentimos perante ele todo o peso duma impotência que nos querem
impor. À alegoria das brilhantes “portas que Abril abriu” deixámos que
construíssem muros (reais e imaginários) que nos isolam dos outros – até dos
que nos são próximos e semelhantes – e, sob a ameaça de desempregos e demais
vilanias, nos transformassem em “zombies” políticos e sociais.
No meio da
incerteza, da desesperança, da dúvida e de todos os medos, deve emergir a ideia
que é urgente recuperar o sonho (aquele que o poeta nos ensinou que comanda a
vida...) de querermos ser melhores e todos iguais, mas diferentes!
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