segunda-feira, 25 de abril de 2016

ABRIL, 42 ANOS DEPOIS

Hoje, dia em que celebramos mais um aniversário sobre a reconquista da democracia e da liberdade, deveríamos dedicar uma atenção especial a tentar recordar o que então pensámos e projectámos para o futuro e onde hoje estamos.


Esqueçamos o conceito maniqueísta de “celebrar Abril” e reflictamos um pouco sobre o que aqui nos trouxe... Mais de quatro décadas volvidas em que um verdadeiro turbilhão de acontecimentos mudou radicalmente a nossa vida colectiva, estaremos inegavelmente melhor que então, mas quase certamente muito longe de onde sonhámos poder estar.

Então o futuro éramos nós e estava, em boa medida, nas nossas mãos; hoje parece não termos futuro ou então sentimos perante ele todo o peso duma impotência que nos querem impor. À alegoria das brilhantes “portas que Abril abriu” deixámos que construíssem muros (reais e imaginários) que nos isolam dos outros – até dos que nos são próximos e semelhantes – e, sob a ameaça de desempregos e demais vilanias, nos transformassem em “zombies” políticos e sociais.

No meio da incerteza, da desesperança, da dúvida e de todos os medos, deve emergir a ideia que é urgente recuperar o sonho (aquele que o poeta nos ensinou que comanda a vida...) de querermos ser melhores e todos iguais, mas diferentes!

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