A par com a
última reunião do G7 e quando, depois de conhecido que «Grécia
pediu adiamento do pagamento ao FMI», se
arrasta o diferendo entre o governo grego e os seus credores, tornando cada vez
mais frequentes as referências a uma possível saída da Grécia (Grexit) da Zona
Euro, desvalorizada com a notícia que a «Grexit
não tira sono a Merkel mas assombra reunião do G7» ou contestada por
declarações como a que, lembrando outros diferendos no seio da UE, sugere que «“Esqueçam
o ‘Grexit’ e preparem antes o ‘Brexit’ e o ‘Frexit'”»,
ocorreram eleições legislativas na Turquia.
Como quase
nada é o que parece, nem a UE estará a encarar a saída da Grécia de ânimo leve
(embora tudo pareça ser feito nesse sentido) nem os parceiros do G7 estarão tão
seguros do sucesso da aplicação de mais sanções à Rússia, tanto mais que Putin
tem logrado algumas vitórias no campo económico (de que é exemplo o acordo firmado
no final do ano passado com a Turquia, para a construção dum novo gasoduto
submarino que substituirá o planeado gasoduto South Stream, bloqueado pela
Bulgária, e assegurará o maior parte das necessidades turcas) e no político
(manutenção do regime sírio de Al-Assad e aproximação simultânea à Turquia e ao
Irão).
Claro que a
incerteza sempre foi condicionante dominante em quase todos os processos
políticos, por mais que certos actores a procurem reduzir ao mínimo. Que o diga
o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que assistiu neste fim-de-semana
ao impensável, quando viu o
eleitorado turco rejeitar o seu sonho presidencialista, e o seu AKP (Partido
da Justiça e Desenvolvimento) «Partido de Erdogan perdeu maioria absoluta após 13anos» do mais completo domínio que deu para alimentar as
aspirações de putinização do regime de Ancara.
A Erdogan (e
ao seu parceiro, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu) resta agora
escolher entre a recusa na formação de alianças, apostando na agudização da
situação política com vista à repetição das eleições, ou a aceitação do seu
resultado e a formação dum governo de coligação que inviabilizará a revisão
constitucional dos poderes presidenciais.
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