Foi esta
semana apresentado o último Barómetro
das Crises, trabalho que vem sendo desenvolvido pelo CES (Centro de Estudos Sociais) cujo «Observatório
vê a austeridade reflectida num "Estado deformado" pela recessão e
pela dívida». De forma mais pragmática o DINHEIRO VIVO revelou-nos um quadro onde
os salários e os apoios sociais caem, o IRS sobe e as «Gorduras
do Estado aumentam mil milhões entre 2007 e 2015». Será preciso acrescentar
mais alguma coisa sobre este comprovado falhanço da “austeridade
expansionista”?
Depois dos
cortes nos salários e no pessoal, das reduções orçamentais impostas a funções
fundamentais como a Saúde, a Educação e a Segurança Social, medidas
justificadas pela necessidade de adequar a dimensão e o peso da administração
pública às nossas possibilidades (????), eis que se constata que, sem falar no
aumento dos encargos com o serviço da dívida,«…os consumos intermédios aumentaram 11%, cerca de mil milhões de euros.
Os encargos com PPP, incluídos nesta rubrica, que eram estimados no orçamento
de 2007 em cerca de mil milhões de euros, totalizam no orçamento de 2015 cerca
de 1,4 mil milhões de euros.»
No capítulo
dos impostos verificou-se uma redução do IRC e um aumento do IRS e do IVA, num
claro sentido regressivo para as famílias de menores rendimentos e contribuindo
para a ideia que ao aumento da desigualdade se associa agora uma clara erosão
da função redistributiva do Estado, que apenas permite concluir que, na
perspectiva dum governo que segue à risca as premissas dos teóricos
ordoliberais, as gorduras somos nós.
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